quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Já que me meti a falar de música agora...

Nunca fui muito fan do trabalho dos Paralamas, sempre achei a mistura de pop-rock com ska e reggae deles chata demais, e algumas letras muito presunçosas; mas não posso negar que eles acertaram na mosca com os versos

“Eu vivo sem saber até quando ainda estou vivo
Sem saber o calibre do perigo
Eu não sei, daonde vem o tiro

 E só eu sei como está foda de saber daonde esperar um tiro ultimamente!

Não digo que seja o caso deles, mas algumas bandas parecem ter sido montadas apenas para fazer uma determinada música, um único fôlego que vale e justifica toda uma carreira de irrelevâncias – mais ou menos como A Flock of Seagulls e sua insuportável “I ran”.

Mas de qualquer forma, esse trecho é poderoso demais, quase uma trilha de algumas noites – e principalmente de alguns relacionamentos com certas sociopatas viciadas em véu & grinalda. He he he.



E já que tô metido a crítico agora, em breve publicarei aqui meu artigo sobre a infindável influência da vanguarda underground teatral bolchevique do primeiro triênio da década de 1820 sobre o movimento Pink Panther ocorrido durante os primeiros meses de 1971 em Greenwich Village.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Uma ode aos invisiveis, ou o mais próximo de um tratado de sociologia que este blog inútil consegue chegar

Já repararam que algumas pessoas são quase invisíveis?

Eu defendo uma tese – morte por enforcamento a todos os engravatados! Sério mesmo, trabalho no meio de um bando de imbecis (com algumas exceções, mas desgraçadamente poucas) que se acham os escolhidos dos deuses por trabalharem de terno e gravata ou com um daqueles irritantes tailleurzinhos que deixam toda mulher com jeito de sargento, andando pra cima e pra baixo com o crachá da Corretora pendurado quase na testa, mesmo na hora do almoço.

Eu sei, eu também uso terno e gravata, mas me refiro à atitude de cada um. E é ai que entra o que comentei sobre pessoas invisíveis.

E não são poucas pessoas não, meu camarada; os invisíveis formam um exercito de centenas de milhares (milhões?!?) de faxineiras, vigias, tiazinhas do café, galera da manutenção em geral, gente que muitas vezes não recebe nem um bom-dia por parte desse bando de engravatados inúteis, com seus diplominhas de faculdades de quinta categoria.

Me dá nojo quando vejo que até o uniforme dessas pessoas é calculado para serem invisíveis; me dá nojo ver um engravatado se espremer para desviar de um invisível sem nem ao menos dar bom-dia! Porra, você pode botar a Gisele Bundchen (tive que pesquisar no Google o nome dessa gostosa....he he he) num desses uniformes que é capaz desse bando de otários nem reparar nela.

Agora mete um idiota qualquer num terno Armani, com óculos escuros e com o cabelo ensebado de gel e solta o cara para andar entre as mesas com cara de chefe – você vai ver neguinho mudando de caminho só para dar bom-dia pro sujeito.

Outro dia cruzei por acaso no metrô com uma das garçonetes de um dos meus botecos favoritos; a menina pareceu ficar feliz por eu te-la reconhecido, de tão acostumada a ser ignorada pelos bebuns que nem  sabem quem ela é, que fazem seus pedidos de olho nos peitos da moça (e que belo par de peitos, by the way). São animais assim que perdem a chance de conhecer uma garota ralada pracarai, que aos 22 anos trampa o dia inteiro como assistente de enfermagem, faz faculdade a noite e ainda atura bebuns num boteco sujo de final de semana para poder chegar ao fim do mês e continuar sonhando em comprar um Peugeoutzinho para poder ser feliz.

Então, meus amigos, se algum dia todos os engravatados do centro de São Paulo aparecerem enforcados com suas gravatas contrabandeadas, vocês sabem de quem foi a ideia.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

The Who was bigger than Beatles!!



The Who was bigger than Beatles!!

No one knows what it's like to be the bad man
To be the sad man behind blue eyes
No one knows what it's like
To be hated, to be fated to telling only lies

Pronto, falei! Não suporto ver a forma como todo mundo ignora o The Who e fica babando ovo para Beatles e Rolling Stones.

But my dreams, they aren't as empty
As my conscience seems to be
I have hours, only lonely
My love is vengeance that's never free

Pra mim, Who era muito melhor do que aqueles quatro afetadinhos de Liverpool – acho que ali só mesmo George Harrisson tem o meu respeito, muito mais pelo que fez sozinho do que na banda; os Stones são ok, mas superestimados – ou eles fizeram algo que prestasse depois de 79?

No one knows what it's like
To feel these feelings like I do and I blame you!
No one bites back as hard on their anger
None of my pain and woe can show through

Agora o Who, irmão, eles foram grandes, de verdade! Claro que não digo isso no sentido babaca de quem vendeu mais disco ou fez mais biscatinhas e almofadinhas se descabelarem ao redor do mundo, mas se você não está entendendo o que quero dizer quando digo que The Who foi a maior banda da historia do rock’n’roll, esqueça, nem vou perder meu tempo explicando.

But my dreams, they aren't as empty
As my conscience seems to be
I have hours only lonely
My love is vengeance, that's never free

Não sei quanto a vocês, mas pra mim Pete Townshend & Cia lançaram alguns dos maiores petardos que já cruzaram os céus britânicos, uma obra que praticamente resume o andar da carruagem de alguns sujeitos nesse mundo – myself include, WTF!!

When my fist clenches, crack it open
Before I use it and lose my cool
When I smile, tell me some bad news
Before I laugh and act like a fool

E por favor me poupem dos e-mails de ódio pelo que falei ali em cima sobre os quatro rapazes fofinhos de Liverpool – opinião é que nem traseiro, cada um tem o seu e ninguém pode meter o bedelho. Sim, hoje estou destilando veneno, bronqueado, de ressaca e sem paciência para fans de Beatles.

And If I swallow anything evil
Put your finger down my throat
And If I shiver, please give me a blanket
Keep me warm, let me wear your coat

Afinal de contas, só existe três tipos de fans piores do que os dos Beatles – fans de Raul Seixas, fans de U2 e o TOP OF THE MALAS fans de Legião Urbana.

No one knows what it's like to be the bad man
To be the sad man behind blue eyes

Bom dia pra vocês também!!Humpf!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Regra de ouro do Tio Chuck, ou como até mesmo o pior dos canalhas tem princípios!!


Lembram-se das Regras do Manual do Tio Chuck?

Pois é, acho que a número 0, a pedra primordial do meu modesto manualzinho, é a de nunca, nunca, mas nunca mesmo me meter com mulheres casadas, enroladas, noivas, ou comprometidas em geral; essa regra, senhoras e senhores, é a única que não permite exceções – e olha que muitas vezes o Manual se sente rasgado e ignorado, como já devem ter reparado!

Claro que geralmente só depois de estarmos em estágios avançados de conhecimento bíblico, digamos assim, que vou descobrir que a musa questionável da noite é, por exemplo, noiva (em algum lugar do blog eu tenho um post sobre essa musa específica, estejam a vontade para procura-lo), mas nesses casos, apenas me afasto discretamente, meio de lado, ou como me disse uma vez uma deliciosa musa-oriental de meus anos de juventude, saindo à francesa.

Ai alguém vai me apontar o dedo na cara gritando, indignado:  – A-há, Chuck, que falso moralismo de merda é esse?!?; calma lá, minha gente, não pensem que me afasto de musas ”comprometidas”, como diria a minha nonna, por alguma vontade secreta de preservar e cultivar a sagrada e tradicional família brasileira.

A única coisa que quero preservar é o meu belo e tatuado couro, meu camaradinha!

Pensem comigo, pensem numa mulher que já é enrolada, e tá se pegando na noite com um tipo como eu.

Aqui podemos ser ingenuamente otimistas e achar que ela é das minhas, que compreende e aceita certos acontecimentos noturnos pelo que eles são, pequenos momentos de prazer etílico-sexuais sem maiores compromissos e vai naturalmente ser a primeira a sumir depois de uma noite bem vivida. Ou na melhor das hipóteses (santa ingenuidade, Batman!!) vai se dispor a ser mais umas das raras amigas com quem posso usufruir eventualmente de bons momentos de b&f (beberagens & fornicagens, he he he) sem maiores dores de cabeça.

Mas, se conheço as mulheres que se envolvem com este para-raio de maluca que vos escreve, claro que ela vai ser uma daquelas mulheres megacarentes, do tipo que procura no braço de estranhos emoções e sensações que fogem ao seu dia-a-dia Casa da Barbie, ao seu mundinho cor-de-rosa banal. Ou seja, se eu der mole, se eu der brecha, ela vai acabar se envolvendo, vai acabar sofrendo, vai começar a me aporrinhar, e pode até mesmo fazer uma loucura tipo largar o marido dela (hey, eu tentei evitar, ok?), ou vai inventar alguma historinha cretina para o namoradão playboy vir atrás de mim para “tomar satisfação com o folgado que mexeu com a minha mina!” (praticamente uma transcrição literal de uma bobagem que já berraram na minha cara...he he he...)

(Não sei bem porquê me lembrei de um verso de um velho blues dos anos 50, you better hurry to get a piece of me , baby!, vai ver é uma daquelas famosas peças que o lil devil do inconsciente costuma nos pregar)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Roubado do blog de uma das minhas musas questionáveis:

Nota: normalmente evito de repostar (existe esse verbo??) coisas de outros blogs, mas nesse caso abrirei uma exceção; vocês vão reparar que valeu a pena.

"Há uma distinção médica clara entre ter peito e ter culhões. Mas você sabe REALMENTE a diferença entre ambos?

- Aqui vai uma explicação simples, pra tentar esclarecer essas diferenças:

TER PEITO - É chegar em casa tarde da noite, após uma balada com os amigos, e ser recebido por sua mulher segurando uma vassoura, e ter peito de perguntar:
**" - Ainda está limpando a casa, ou vai voar para algum lugar?"**

TER CULHÕES - É chegar tarde da noite em casa, após uma balada com os amigos, cheirando a perfume e cerveja, batom no colarinho, e ter culhões de dar um tapa na bunda da sua mulher e dizer:
**" - Você é a próxima, gorducha!"**"

Fala sério, esse post TINHA que constar aqui!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ainda falando de músicas e suas viagens inevitáveis

Sábado passado encontrei um dos meus botecos favoritos agradavelmente vazio, apenas eu e mais uma meia dúzia de bêbados apreciávamos o lugar. Eu gosto de lugares vazios, embora isso diminua bastante a probabilidade de encontrar alguma nova musa questionável.

Mas no sábado foi bom, era uma noite para boteco vazio mesmo.

Uma das melhores coisas desse boteco é uma velha jukebox, que parece saída de algum filme dos anos 50 – quase é possível ver algum sujeito tentando ser James Dean enquanto escolhe uma canção de Rick Nelson, ou algo assim.

Enquanto eu enxugava minhas doses on the rocks, um dos bêbados de plantão selecionou uma das minhas músicas favoritas na jukebox. Mas é REALMENTE uma das favoritas, dependendo do humor ela entra no TOP 3.

Na verdade a letra dela é uma tremenda bobagem (Deus sabe quantos neurônios o pessoal da banda já devia ter queimado quando a escreveu), mas logo aos primeiros acordes sou arrancado do mundo atual e arrastado de volta aos anos que perdi fora de circulação no começo dos anos 90 – não vou dizer o motivo, mas podem ficar à vontade para escolher entre algo como seminário, faculdade, cadeia, Marinha Mercante, ou uma simples bad trip on the road longa demais. O que importa é que eu estava fora de circulação, e sentia uma falta danada da minha liberdade, dos meus amigos, da minha garota (veja que rapazinho bonzinho eu era na época, humpf?), enfim, sentia uma tremenda falta de ser eu mesmo. Como se aquele moleque grunge pudesse valer alguma coisa, humpf!

E foi exatamente numa das minhas breves folgas (ok, mais adequado seria dizer fuga) nesse período que conheci essa musica, que pra mim foi uma novidade tremenda, já que onde eu estava éramos proibidos de ouvir algo que não fosse digno de uma maldita trilha de novela das oito. E ainda me lembro exatamente desse momento, na kitinete de um dos velhos camaradas, estávamos sentados a mesa, fumando, bebendo e jogando conversa fora com a MTV rolando solta (lembrando, compadres, na época a MTV ainda tocava musica de verdade!!).

E por algum desses motivos mnemônicos inexplicáveis, embora tantas outras coisas dessa mesma época tenham ficado borradas pelo álcool – e como sempre houve álcool demais! – gravei essa cena, esse momento, na minha mente e sempre que ouço essa música me lembro claramente de um velho amigo, que ficou pelo caminho como tantos outros – God bless you Flea, whatever you are! Uma daquelas agradabilissimas más-companhias que tornam a vida da gente extremamente mais divertida.



E obrigado ao AA (alcoolatra anonimo) que botou essa música para tocar na velha jukebox - fico lhe devendo uma dose do seu veneno favorito, seja ele qual for!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A saga da psycholawyer

Tenho que ser sincero – dessa vez mereci me foder!

A garota tinha todos os sinais de encrenca, ignorei todos e quase me estrepei.

Veja só, vocês vão entender; sigam-me os canalhas!

Conheci a garota pela internet, e as fotos da página dela eram deliciosas - riso lindo, rosto perfeito, um puta cabelão (como me amarro num cabelão!!) e um par de seios que era algo a ser imortalizado do ladinho da Venus de Milo no museu! Altura certa, cheinha nos lugares certos (confesso totalmente minha queda pelas ligeiramente gordinhas, curvas, curvas e mais curvas!), perfil bacana, uma garota rock’n’roll (Deus sabe que me amarro numa metal queen...he he he...). Para ajudar, era amiga da hostess de um lugar que costumava frequentar, o que já era uma ponte a mais para conhecer a cidadã.

Quando tentei me aproximar dela no facebook, recebi uma bela porta na cara. Geralmente nesses casos é tudo bem, bola pra frente e next! Mas como eu já havia perguntado dela para a sua amiguinha-hostess, a criatura que viria a se tornar a psycholawyer resolveu me mandar um insinuante recadinho, dizendo que sabia que eu tinha perguntado dela e tinha ficado curiosa a meu respeito também, mas que nunca aceitava convites de estranhos – vejam só, que boa moça, não é um docinho? Bitch!!

Foi ai que começou a merda toda. Primeiro, queria meu MSN; depois, meu celular – e o tonto aqui, o cérebro derretido por anos de consumo excessivo de whiskey, resolveu ceder (afinal de contas, que mal poderia ter, né? Putaquemepariu!!).

Começamos então a conversar pelo MSN, ela acabou entrando no meu falecido facebook, e fui descobrindo mais sobre ela: vinte e tantos anos, advogada bem sucedida, e como fui descobrir depois de uma das piores formas possíveis, com altos contatos na Secretaria de Segurança Pública do nosso Estado. Só eu mesmo para ter tamanho dedo podre.

Depois de conversarmos por alguns dias, marcamos de nos encontrarmos justamente no boteco onde a amiga dela trabalhava. Dois segundos depois de bater os olhos na guria, estávamos deliciosamente atracados. E assim continuamos noite a dentro. Ela me pareceu naquela noite o meu tipo de garota, afinal de contas bebia e praguejava tanto quanto eu (belos critérios de seleção, não?).

Continuamos nos falando por MSN, e nos vendo de vez em quando – um happy hour ali, um jantarzinho aqui, um cinema acolá (ok, pode abaixar a mão ai no fundo, eu sei que revelo mais um flagrante caso de desrespeito a já famosa regra sobre figurinhas repetidas...), mas com o tempo comecei a notar aqueles enervantes sinais de “oh, oh, a garota está se apaixonando, hora de cair fora”, os olhinhos brilhando, aquele sorriso meio tonto nos lábios (devo confessar, que sorriso lindo e que boca deliciosa...he he he...), aquela mania que querer ficar abraçadinha, cabeça encostada no meu peito, só respirando; enfim, rapaziada, tudo que um sujeito decente poderia querer numa namorada – vejam bem, DECENTE, não um tipinho como eu.

Olha só, logo que começo a sair com alguma garota, deixo bem claro quais são as regras da casa – sem envolvimento, sem essa de namorinho. E tenho algumas poucas amigas que souberam respeitar essa minha postura e manter a coisa num nível de envolvimento seguro, são figuras adoráveis, agradabilíssimas para sairmos de vez em nunca e bebermos algo, e que sinceramente dão um sabor todo especial para questa vita maledetta, mas a minha doce futura psycholawyer não conseguiu segurar a onda, partindo para ataque de paixonite aguda.

Tentei delicadamente ir me afastando dela, tentando não magoar a pequena – afinal de contas, até então ela não tinha feito nada contra mim, muito pelo contrário. Inventei viagens, doenças, sumiços, horas-extras, resumindo, fiz aquele jogo habitual de afastamento, o que modéstia a parte é uma espécie de especialidade minha.

Aí rapaziada, a vaca foi pro brejo! E começou o tormento,  recados sem fim no facebook, mensagens cabeludas no MSN (era ligar o coitado pra despencar a uma lista de xingamentos e ofensas), depois ligações a cada cinco minutos pro meu celular (sim, cambada, eu fiz essa cagada, dei meu número pra ela!! Não falei que nesse caso eu tinha mesmo merecido me foder??). Mas até esse ponto, era tudo direcionado pra mim, então sinceramente estava johnnywalker+activiando para o chilique dela, achei que era questão de tempo para ela sossegar o facho.

Manja a expressão antissala do inferno? Pois é,  o pior ainda está por vir!

Não conformada com o que já tinha feito, nossa pequena psycholawyer resolveu levantar o telefone da corretora onde trabalho, passando a bombardear meu ramal com ligações o dia todo; mas não, não parou por ai – ela passou a ligar pro meu supervisor, me achincalhando! Depois tentou entrar no facebook da minha irmã, dizendo cobras e lagartos, e passou a ligar na casa da minha mama para me xingar! Agora imaginem num domingão a tarde a minha nonna atender o telefone e ouvir cobras e lagartos dessa putinha? E eu chegar em casa do trabalho e dar de cara com ela na porta do prédio – diabos, como esse bitch conseguiu até meu endereço e todos os contatos que usou? Alguém falou em SSP?

Afinal de contas, como era possível que eu não estivesse perdidamente apaixonado por ela como ela estava por mim, como eu podia negar que tínhamos sido feitos um para o outro, fugir de todas as energias cósmicas que diziam a ela que eu era o homem da vida dela, que iríamos ter quatro filhos e morar na mansão dos pais dela, que teríamos aqueles absurdos apelidinhos carinhosos dignos dos mais bacanas casais dos filmes (algo como Hugh “boquetinho da Divine” Grant e Julia Roberts num filme da sessão da tarde!!). Onde já se viu deixar escapar uma garota como ela, com uma carreira brilhante, filha de família quatrocentona, criada nos melhores colégios da cidade!

Nunca passou pela cabeça dela que não importa o quanto ela esteja acostumada a mandar e desmandar nos coitados do escritório dela, ou o quanto ela costumava fazer e acontecer pra cima dos antigos namorados dela, eu não estou interessado, baby??

O inferno durou algumas semanas, durante as quais fiquei me sentindo como um maldito fugitivo, vendo carros filmados suspeitos por toda a parte e pulando cada vez que aparecia uma ligação diferente no celular; mas de repente, de forma tão repentina como havia começado, a tempestade passou e ela sumiu por meses.

Mas como merda no ventilador nunca é demais, recentemente ela reapareceu, mansinha, mansinha – primeiro, um e-mail-docinho, perguntando sobre mim; depois voltou a aparecer no MSN (onde a mantenho devidamente bloqueada, for sure!), e de umas semanas pra cá começou uma singela campanha dizendo que quer me ver, que não quer mais brigar comigo, mas que quer me ver pelo menos uma última vez, só uma, umazinha,  vai?

Sabe o que é pior, brother? Ela nunca se desculpou por toda merda que jogou no ventilador, por ter levado minha nonna pro hospital com crise de pânico, por ter infernizado minha vida e quase ter feito com que eu perdesse meu emprego de tanto que azucrinou o pessoal da corretora, nunca se desculpou pelas noites maldormidas, quando ela me ligava as três da matina me xingando de tudo que é palavrão, ou por ter quase fodido meu maldito esquema nessa vida de merda.

Nem por me fazer ficar meses sem ir num dos meus botecos favoritos! Vê se pode?Que vaca!

Agora olha bem pra minha cara e veja se eu vou chegar a menos de dez quarteirões dessa vaca prepotente? Se vou mais uma vez me envolver com alguém que não sabe respeitar minha postura de vida e minhas opiniões, de alguém que tentou me acorrentar a um modelo de casal 20 que só existe na cabeça PODRE dela? Mas nem fodendo!

Ufa, valeu como desabafo! Esse negócio de blog é bem mais barato do que 15 anos de terapia! E vambora que hoje é dia de encher a cara, professional-style!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Round One, FIGHT!


Rapaz, tem louca pra tudo nesse mundo; já falei da kickboxer?

Vamos chama-la assim, apenas kickboxer. (Sabe o que dizem, names had been change to protect the innocents – como se houvesse algum inocente nessa história, he he he)

Mas era ela uma maravilha de cabelos negros e olhos verdes, daquele jeito que desmonta qualquer sujeito. Bancária de dia, personal trainer à noite, dona de um bom humor irresistível, um sorriso de nocautear, um corpo que benzaDeus!! Que pequena! Praias e praias de areia branquinha demais para meu humilde caminhãozinho.

Mas, como já bem disse nosso amigo Alex, sou um maledeto para-raios de malucas, se a pequena fosse certa da cachola não daria mole prum sujeitinho como eu, então, ela tinha que revelar algum lado maluco-psicótico-desvairado-alucinado, o que no caso dela era uma ligeira queda (reparem na ironia, meus amigos) para a sutil arte de dar e receber porrada na hora de mandar ver!

Meus amigos, sejamos francos: numa bela trepada,  não é nenhum absurdo a mulher pedir uns tapinhas de leve, não é demérito nem defeito, algumas curtem, outras não, ponto final. Eu sou adepto do esperar pra ver, se a mulher pede, o que me resta a fazer?

Mas a pequena kickboxer, e a essa altura o mais distraído dentre nós já se ligou no motivo do apelido, gostava um tiquinho demais da conta, como diria uma linda mineirinha amiga minha.

Claro, que eu só fui descobrir isso aos 48 do segundo tempo, trancado no apartamento da pequena (futuro post, “por que nunca trago ninguém no meu cafofo”, aguardem!). Na hora que a coisa realmente pegou fogo, mano, a garota pirou! Entre umas bufadas estranhas (estranhas mesmo dentro da situação, pode apostar!) ela pediu com aquele jeito de quem está só esperando um empurrãozinho pra pular do bungee-jumpee:

 “- Me bate!”

Eu dei aquela espiadinha de leve e snap!, tapinha sutil, um pouco pra cima da coxa.

“-Bate mais!” – ordenou a morena, já mordendo meu ombro (porra, e doeu pracarai!) e elevando o tom de voz.

Tive que bater de novo, um tapa mais parrudo dessa vez, já começando a achar meio estranha a parada, mas ainda no clima.

Mas ela queria mais – já repararam como elas sempre pedem mais de alguma coisa?

Resumindo, meus caros, meia dúzia de tapas depois, a cada tapa a pequena kickboxer berrando mais e mais alto, pedindo mais força nos tapas, ela já estava devolvendo os tapas - porra, já estava me socando - e berrando a plenos pulmões: BATE MAIS, BATE MAIS FORTE, BATE QUE NEM HOMEM!!

Só me restou tentar manter o fôlego  e atende-la bem, para deixar a garota satisfeita. Missão dada é missão cumprida, compadre.

Depois que passou a tempestade, era quase impossível reconhecer naquela coisinha doce dormindo abraçadinha comigo, com um sorriso nos lábios, a mesma fúria kickboxer de minutos antes.

Será que alguma vez o velho Chuck aqui vai conhecer alguma mulher que não seja maluca?

Mas pensando bem, será que vou querer?

Humpf, será que ainda tenho o telefone dela em algum lugar?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dobrando o cabo da Boa Esperança

Agora é oficial, estou mesmo virando um velho de coração molenga!


Não, não vou me casar de novo, isso já seria sinal demais da chegada do Apocalyse (ou seria Apocalypso, uma versão brega e de mechinha descolorida do fim do mundo?).

Como estamos no final de semana prolongado, acabei bundando hoje em casa, sem nada pra fazer além de tentar pegar coragem para encarar um cinema de leve. Comecei a fuçar meu mp3 atrás de alguma música diferente – é incrível como mesmo tendo 3.984.043.398.213 quadrilhões de músicas nessa merdinha eu pareço ouvir sempre a mesma meia dúzia de canções no caminho pro trampo.

Fiquei lá, durante uns bons minutos, apertando o botão “Next” a cada cinco segundos, que é o tempo mais do que suficiente para começar uma música e tocar o suficiente dela para  saber que não era aquela que eu estava procurando.

( Claro que só agora me ocorreu que se eu espetasse essa pequena joça na entrada USB do notebook eu conseguiria ver a lista toda em segundos, mas deem um desconto ao quarentão aqui, ok?)

Mas no final acabei achando a musica que procurava, uma velha canção que fala sobre esperança, desespero, sobre homens procurando a salvação com uma garrafa de whiskey na mão e sobre acreditar em alguns pequenos milagres (e que tem um verso fodido sobre uma porra de um anjo que perdeu uma luta daquelas, meu velho).

 E fiquei pensando como é possível sentir saudades de uma música; não, não é saudades de alguém de quem me lembro ouvindo a música, mas sim da música em si. Talvez por que não tenha mais prestado a devida atenção a ela nos últimos 15 anos

( – vamos lá, você sabe como é que se ouve música geralmente,  ou trata a música quase como um ruído de fundo enquanto se afunda em alguma atividade banal e necessária, ou cantarola a música debaixo do chuveiro, ou mal ouve a musica enquanto canta aos berros junto com a banda em algum boteco de sua preferência – mas quanto tempo faz que não para tudo e tenta realmente degustar as suas canções favoritas? )

, ou talvez sinta falta do sujeito que você era quando comprou o disco na velha Woodstock e voltou pra casa saboreando o encarte, a capa e todos os demais detalhes do disco no metrô, ou de como o mundo era mais simples em 1986, mas enfim, eu percebi que sentia falta daquela canção na minha vida.

O que talvez possa ser uma manjada metáfora de merda sobre uma porção de coisas nessa vida.



Vocês vão reparar que a música é parte integrante da minha vida, tipo a minha pele e meus pulmões, ou alguma outra parte vital sem a qual não se vive direito. Eu poderia dizer o fígado também, mas Deus sabe em que estado lastimável o meu se encontra.he he he.

E foi apenas uma porra de um cisco que caiu no meu olho.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Email-bomba


Segunda-feira chegou um e-mail de uma ex-alguma coisa – o que tivemos não foi bem um namoro, mas também não foi só um rolo, enfim, acho que a cada dia encontro novas formas de redefinir o que o bom e velho Silvio Santos costumava chamar de tico-tico-no-fubá ( e tente entender essa expressão com oito anos de idade!!).

Mas voltando ao e-mail, era curto e direto, dizia algo insuportavelmente fofinho, literalmente

“Nunca os quero perder de vista... ;)”

(com emoticonzinho babaca no final e tudo, veja que coisinha mais cútis-cutis – já falei que não suporto essas frescuras?)

Eu acho que ficaria bem menos esquisito se ela escrevesse “Nunca quero perde-los de vista” ou “Nunca quero perder vocês de vista”, mas o post não é aula de português, afinal de contas nunca fui bom nisso.

Fiquei olhando aquele e-mail, intrigado por dois motivos; primeiro, já fazia quase dois anos que eu não via aquela pequena e alguns bons meses que ela estava casada (bom, enquanto uns escapam pela tangente, outros se jogam de cabeça nessas laçadas da vida), e segundo, reparei que todo mundo que constava nos destinatários eram pessoas de quem ela havia reclamado ou falado mal pra mim quando saiamos - tinha a mãe dela, a suposta melhor amiga que se revelou uma falsa, uns dois ou três ex-namorados, e por ai vai, pode escolher.

Daí comecei a tentar juntar alguns fatores e desvendar os motivos por traz de tão singela mensagem fofis-cutis-cutis:

 a-) desde que eu conheço essa pequena ela é metida a ser esotérica (não, não é uma das duas citadas no post “Vai um mapa astral ai?”, é uma terceira wicca-like-crazy-girl, eu realmente pareço um tipo de para-raios pra malucas),

b-) a relação de destinatários é composta basicamente por desafetos num maior ou menor grau, e

c-) que porra de e-mail mais (aparentemente) fora de hora, sem nenhum evento aparente para justifica-lo.

Aposto meia garrafa de Jack Daniels como consigo matar esse mistério com apenas três notas musicais maestro:  descarto a principio a ideia de que esse e-mail é algum tipo de feitiço da era digital, uma espécie de vudu pra jacu internético,  mas não posso descatar com igual facilidade a hipótese de ser uma tremenda duma ironia fora de hora (embora a ironia sempre tenha lugar nesse mundo); porém, se tivesse que apostar mesmo a supra citada meia garrafa de JD, eu diria que esse e-mail é uma das mais legitimas amostras daquelas insuportáveis tarefas tipo doze-passos-do –AA, algo do tipo “Mande uma mensagem de afeto a todos aqueles que algumas vez lhe foderam a vida para limpar o seu karma”, algo que a guria está fazendo por obrigação, tentando ser uma bruxinha melhor.

De qualquer forma, agradeci a lembrança e shift+del na parada.

Pombas, ela até que era interessante, meio mala-desesperada-louca-pra-arrumar-marido demais, mas ainda assim era gente boa. Além de outros méritos, he he he.