Alguém pode me dizer que tipo de desespero de causa leva uma pessoa a escrever um e-mail como esse qai embaixo?
Querido Chuck,
Hoje dei o primeiro passo para a minha viagem pra India. Não deu pra não me lembrar de você...e entre razão e emoção; entre o que sinto, o que tenho e o que vejo...bateu um sentimento maluco, desconfortável. (Nota do Tio Chuck – maluco define bem, pequena!)
Não é com todo mundo que se sente o que senti com você! Até seu cheiro me invade...uma saudade absurda e uma presença sem precedentes. Mas como legitimar tudo isso? Com o coração e mente de uma mulher romântica e sonhadora? (Nota do Tio Chuck – inclua “psicopata casadoira”, please?)
Isso nunca bastou! Menos agora...chego ao final desse colóquio com quase uma súplica: pra que você não seja a grande ilusão que acredito ser! Pois todos os indícios apontam que algo muito grave existe por trás de você! (Nota do Tio Chuck – brrrrrr, que meda!)
E concluo pensando na oportunidade que a vida me trouxe quando nos conhecemos...e desejando a você que Deus lhe dê em dobro tudo aquilo que fez e desejou para mim!!! (Nota do Tio Chuck – embora vc nunca tenha se importado com o que eu sinto ou quero, não é mesmo? Só as suas vontades tem valor,não é verdade?)
Bjs...
Olha só, vamos contextualizar a bendita e-missiva: conheci essa dona numa viagem no carnaval passado para o interior de MG, sabem como é, pão de queijo, doce de leite, pinga da melhor qualidade, aquele ar das montanhas, amigos em comum e acabamos tendo um ligeiro porém muito agradável affair.
Desde então, nos falamos umas vezes, eu sempre mantendo a coisa na base da amizade, e ela insistindo em querer romantizar nossa relação, com aquela merda de “nascidos um pro outro”, “almas gêmeas”, “sou a mulher que vai salvar você dessa vida desregrada, basta você mudar um pouquinho, parar de beber, de fumar, de sair com seus amigos, de ouvir essas musicas irritantes, e dedicar sua vida toda a mim, só a mim, TUDO PRA MIIIIIIIMMMMMM!!!!”
Argh!!
Reparem como o e-mail assume um ar épico, algo como “seu canalha, seu destino é ser meu!!” (uou, isso parece título de telenovela dos anos 70, daquelas bem carregadas nas tintas!!), vejam como do meio pro final assume-se um ar de ameaça, como se houvesse algo maior do que a vida por trás de um simples caso de carnaval – alguém faz o favor de explicar o conceito de “amor de carnaval” pra mocinha, aliás mocinha o escambau, a balzaquiana já beeem rodada??
Ou seja, ela está conseguindo afundar as ótimas lembranças que tenho dos dias que passamos juntos num mar de bobagens, pressão, barras forçadas, com um insistência absurda em querer ver algo onde não há nada!!
As vezes me pergunto se algumas trepadas bem dadas valem o preço de tanta aporrinhação!!
