quinta-feira, 30 de junho de 2011

...a gentleman will walk but never run...

Adoraria dizer que se trata de um velho blues, mas essa levada está mais para a lil’ jazzie, um pouco fora do meu habitual mas perfeita para os dias de hoje, quando ando me sentindo meio como um peixe fora d’agua – ou um cachorro num mundo de gatos...

I don't drink coffee I take tea my dear
I like my toast done on one side
And you can hear it in my accent when I talk
I'm an Englishman in New York

See me walking down Fifth Avenue
A walking cane here at my side
I take it everywhere I walk
I'm an Englishman in New York

I'm an alien I'm a legal alien
I'm an Englishman in New York
I'm an alien I'm a legal alien
I'm an Englishman in New York

If, "Manners maketh man" as someone said
Then he's the hero of the day
It takes a man to suffer ignorance and smile
Be yourself no matter what they say

I'm an alien I'm a legal alien
I'm an Englishman in New York
I'm an alien I'm a legal alien
I'm an Englishman in New York

Modesty, propriety can lead to notoriety
You could end up as the only one

Gentleness, sobriety are rare in this society
At night a candle's brighter than the sun

Takes more than combat gear to make a man
Takes more than a license for a gun
Confront your enemies, avoid them when you can
A gentleman will walk but never run


If, "Manners maketh man" as someone said
Then he's the hero of the day
It takes a man to suffer ignorance and smile
Be yourself no matter what they say

I'm an alien I'm a legal alien
I'm an Englishman in New York
I'm an alien I'm a legal alien
I'm an Englishman in New York

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Constatações da janela do trem - parte VII

No térreo do prédio onde moro tem uma padaria, não dessas mega-padarias afrescalhadas, mas uma daquelas padocas bem simples, a um passo de virar um boteco – o lugar ideal para eu encostar meu traseiro e ler o jornal do dia, enquanto tomo um pingado com um pão na chapa, eventualmente um pão-de-queijo (essa minha mania de pão-de-queijo deve ter algo a ver com algumas musas questionáveis mineirinhas que já cruzaram meu caminho...he he he...).

E é dessa padaria que as vezes me pego xeretando pequenas cenas da vida alheia, vejo gente esperando ônibus, ou passando apressada pro trabalho, alguns ônibus lotados e todo tipo de gente. E hoje me peguei vendo uma jovem mãe (e que madrecita deliciosa, meus amigos!!) com sua filhinha de uns 4 ou 5 anos (sempre fui péssimo para adivinhar idades, especialmente de crianças) – a menininha com seu uniforme e suas tranças no cabelo, sua mãe (talvez uns 25 anos, talvez mais) com seus cachos ruivos (parem as máquinas, pelas sardas na pele delirantemente branquinha e pela cor do cabelo trata-se de uma ruiva legítima!!!) domados num corte na altura das orelhas, ambas agasalhadas com pesados capotes, cachecóis e gorros, e enquanto esperavam seu ônibus brincavam com um daqueles jogos típicos das meninas, com direito a cantiga, tapinhas de mão em mão (escravos de Jô é o que me vem a mente, mas ainda brincam disso?!?!), e elas riam a cada parada (imagino que cada vez que uma mão “perdia” ou algo assim) e pareciam não se importar com o mundo ao seu redor, nem com o frio, nem com a demora do ônibus. O tipo de cena que me parece sempre em câmera lenta, com a câmera meio esfumaçada, como se vista à partir de uma janela envolta em neblina.

Não sei bem, mas acho que não vi uma aliança naquela mão esquerda, e não vi sinal de que a tal aliança fizesse falta – seria um caso de single mammy, ou de mãe separada criando sua filha, ou talvez haja um marido que não pode acompanha-las (ou quem sabe um vagabundo preguiçoso demais para levar a própria filha à escola??).

Anyway, acho que é uma cena a ser preservada, mesmo que o mundo acabe jogando contra.

ou

Tio Chuck está ficando velho...he he he...qual será o telefone da jovem madrecita ruiva?

Now you're messin' with...uncle Chuck, sweetie!!

Senhores co-parceiros de canalhice, vejam o clássico abaixo e me respondam, do fundo de seus corações sujos – é ou não é A música? He he he

Heartbreaker, soul shaker
I've been told about you
Steamroller, the midnight shoulder
What they been sayin' must be true

Red hot mama, oh that charmer
Time's come to pay your dues

Now you're messin' with a (a son of a bitch)
Now you're messin' with a son of a bitch
Now you're messin' with a (a son of a bitch)
Now you're messin' with a son of a bitch

Talkin' jive and poison ivy
You ain't gonna cling to me
Minute taker, fall faker
I ain't so blind I can't see

Red hot mama, oh that charmer
Time's come to pay your dues

Tks, Nazareth!!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Choramingões de plantão, regozijai-vos!!


Antigamente, os Renatos Russos de plantão costumavam choramingar que seus telefones nunca tocavam nos finais de semana à noite; o tempo passou, e agora eles tem um excelente motivo para ficarem emoticamente felizes – afinal agora podem choramingar (vejam que bonitinhos!!) que o telefone não toca, o celular não chama, que nunca recebem e-mails carinhosos, que ninguém manda SMS para eles, que ninguém os segue no Twitter (incrível como esses bunda-moles adoooooram uma tuitada no meio do , aham, deixa pra lá...), que ninguém curte os videozinhos fofinhos que eles postam no Facebook...ó, mundo emo-cruel!!

Cambada de moleques bunda-moles!! Humpf!!


Semana que vem, minha postagem sobre minha cruzada pessoal contra a Brigada da Bundamolice!!

Bom feriado a todos, que tio Chuck vai pra praia com minha deliciosa amiga Karen!!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O canalha e a paixão – pretensioso o título, não?

Um dos meus posts da semana passada gerou um comentário interessante da amiga Ana Cláudia, dona do site surtoescrito.com.br - “- Chuck, você está apaixonado!” – não sei não, mas ela me soou meio que assustada, como se fosse um indicativo claro do final dos tempos...he...he...he...

Ora essa, mas é claro que estou apaixonado!! O bom e velho tio Chuck é um homem permanentemente apaixonado!!

Não posso deixar de me apaixonar por cada uma de minhas musas questionáveis! Explico-me:

Um canalha tem que se apaixonar por suas musas, questionáveis ou não; tem que trata-las com o devido encantamento, tem que reconhecer algo de único para lhe deixar loucamente apaixonado em cada uma delas, todas tem que ter algo de especial – às vezes é algo óbvio como um belo derrierè (é assim que se escreve “bunda gostosa” em francês?), às vezes algo sutil como a maneira como ela prende atrás da orelha aquela mecha de cabelo rebelde que insiste em cair sobre os olhos. Ou um par de seios hecatombicamente bem marcados contra o tecido, ou o jeito como ela, ao gesticular com seus dedos longos de sua mão mais longa ainda, forma figuras no ar quase sem querer com fumaça de cigarro. Mas seja por que for, sempre busco alguma coisa apaixonante em cada uma das minhas musas.

Afinal de contas, tem coisa mais brochante do que sair com alguém por quem você já não sentia o menor tesão? Saca aqueles encontros de final de caso, quando se passa mais tempo se questionando que porra você está fazendo ali do que curtindo a companhia da outra pessoa? E o encontro que costumava se estender até o sol nascer acaba morrendo de inanição lá pras duas da matina com aquela desculpinha manjada de ter que levantar cedo no dia seguinte? Chato demais!!

E se tem uma coisa de que fujo a mil por hora são encontros brochantes! Se saio com uma mulher, tenho que sentir o coração bater mais forte, o riso fluir solto, o papo rolar à vontade – mesmo minhas musas questionáveis de uma noite apenas sempre tiveram algo que fazia com que se destacassem no meio da multidão, eu não conseguiria passar uma noite na companhia de uma mulher só por ela ser gostosa demais, ou por ela estar me dando mole numa noite de entressafra – ok, tá bom, eu conseguiria...he he he...

Sem a paixão, o que vai restar num encontro? Eu lhes digo, companheiros de jornada– tire a paixão do peito de um canalha e o que vai sobrar é o velho e bem-treinado senso crítico (também conhecido como caçar-defeitos-na-mulher). E a bebida vai descer amarga, o sorriso vai morrer, e o verdadeiro tesão sera substituído por um simples alivio de funções corpóreas.

Sendo assim, meus caros, não se espantem com a paixão de um canalha – ela pode durar apenas uma noite, mas vai ser uma noite boa demais, intensa e divertida em cada minuto!!

 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Constatação tardia e ressacada após um tremendo de um final de semana filho da puta de tão bom:


O rock’n’roll é como o blues, meus caros – tem que ser feito por velhos bêbados e sujos, que consigam enxergar a vida por olhos vermelhos por noites mal-dormidas, do alto de fígados estragados de tanta bebida. Rock limpinho não existe, o som primal vem das entranhas com uma força e legitimidade que arrebentam qualquer barreira!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Noite de quinta, on the rocks

E em plena quinta-feira o sujeito está num dos seus botecos favoritos, acompanhado de uma velha amiga, quando ela se levanta para ir ao banheiro e o sujeito se pega olhando para aquela mulher se afastando, e pensando naquele traseiro, naquele corpo, naquele cabelão até quase a cintura, vendo aquele rebolado tão sexy quanto sutil – aliás, sexy justamente por ser sutil, certo? – e de repente se lembra de como é verdadeiramente delicioso, ao ir apanha-la em casa, ficar se perguntando como ela estará vestida e maquiada, qual será o perfume dela naquela noite, e seguir em frente sem saber ao certo como a noite irá acabar, afinal de contas ela não é o cenário tedioso e manjado de uma namoradinha, ela é sempre uma incógnita, a noite seguirá livre sem roteiros, sem aquelas amarras de jantarzinho-cineminha-motelzinho ou alguma ligeira variação maldita;  ele sabe que já terminaram a noite enrolados um no outro suados e exaustos de tanto trepar, mas também já viram o nascer do sol entre os prédios pela janela do carro depois de passarem a noite toda rindo e conversando - e sinceramente quem pode dizer qual noite foi mais gostosa? – e ainda mergulhado nesses pensamentos só percebe quando ela se senta na sua frente, renovando as bebidas na mesa – ela adora manter os copos cheios, como ele – e ele vê aquele sorriso encimado por olhos que parecem sorrir ainda mais, e eles se perdem no olhar um do outro como se soubessem que aquele momento é único por ser inesperado, é precioso por ser espontâneo e legítimo, mas ele se pega pensando na triste comparação com tantas manhãs em que acordou na mesma cama com alguém que não significava mais nada pra ele.

whiskey.jpg

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Lápis de ponta quebrada

Eu e essa minha mania de ficar observando a vida alheia pelos botecos da vida...sabem o que é uma puta sacanagem?

Tratar alguém como estepe!! Isso mesmo, caros amigos...acho uma puta duma falta de caráter, coisa de gente fraca e sem o menor respeito pelo outro, quem trata uma mulher ou homem como um estepe.

“Ah, queria tanto andar com aquela Ferrari vermelha toda possante, mas quando ela não está disponível eu posso ligar pro meu Corsinha pra dar umas voltas”

“Meu sonho de consumo é uma Mont Blanc, mas enquanto não dá vou escrevendo de Bic mesmo”

É exatamente assim que alguns desqualificados por ai agem com as pessoas que dão ao azar de se encantar por eles!! O raciocínio é o mesmo, só que aplicado a seres humanos.

Todo mundo já deve ter visto casos assim. Uma criatura sórdida que continua com seu casamento ou namoro ou o raio que o valha, mas mantém uma certa pessoa na manga, iludida e esperando pela sua boa-vontade...periodicamente, atira migalhas de atenção pra seu pobre estepe furado, eventuais telefonemas, SMSs ou e-mails...e a cada novo contato, novo convite, a pessoa se enche de esperança, pensa e sente “será que agora a coisa vai?!?!”, e segue sendo usada apenas para desfile e lustre do ego alheio, para depois voltar a amargar o ocaso de ser apenas um número na memória do celular da pessoa a quem dedica o seu melhor.

O que esse tipo sujo não percebe é que o estepe dele poderia ser a figura central na vida de um outro alguém, poderia estar sendo devidamente tratado e cuidado. Me lembrei agora daquele versinho infantil de fulano ama beltrana que ama sicrano que ama fulana que ama...e por ai vai...e todos saem perdendo, e todos se sentem como um idiota!!

E sabem o que é pior, meus caros? Quem é tratado como estepe, salvo se for muito burro, percebe que não é prioridade na vida de ninguém. Percebe que é um lápis pra ser usado quando acaba o grafite da lapiseira, o miojo a ser comido na falta de um rango decente...e passa também a tratar eventuais otários que se encantem por ele como um estepe...e o ciclo de celulares que não tocam, ou e-mails que não chegam, só aumentam!!

Podem me chamar de canalha, safado, cafajeste e o que for, mas nunca em meio a todas as minhas falcatruas emocionais tratei ninguém como uma porcaria de peça de reposição, ninguém!!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Coulrofobia

Armações femininas, ou, como o peixe morre pela boca, o homem morre pelo ...

E um belo dia toca o celular e é uma velha conhecida, de outros carnavais deliciosos; conversinha mole pra cá, conversinha mole pra lá, como se os últimos contatos entre os dois, regados a xingamentos, urros de raiva e ameaças de castração, não tivessem acontecido; “vem me ver”, diz a moçoila de seios fartos e belos olhos, tentadora como uma versão metal-queen da mulher que fodeu com Adão, a.k.a. Eva; “vamos nos ver, estou com saudades de você...” diz ela com aquela voz derretida de pura lascívia, uma mais do que perfeita fêmea no cio. Ele diz que não pode, que está tentando resolver as coisas em casa com a patroa, tentando ser um pai de família bacaninha pros seus filhos, etc e tal...

Ela insiste, se derrete,geme, grita e pede pra vê-lo, dizendo que não se importa em ser a outra, que a ideia de uns tempos pra cá até lhe dá mais tesão e vontade de pecar...o sujeito se nega, resiste, diz que está tentando fazer as coisas do jeito que a sociedade católica-machista-ocidental manda, que está até indo pra igreja pra tentar cavar uma vaga no próximo bonde de canonização.

E ela insiste...e ele resiste...mas ela insiste ainda mais ..e ele resiste mas nem tanto...ela aperta, insiste, descreve em detalhes tudo que quer fazer com o sujeito, e o tonto acaba deixando de lado qualquer tentativa de bom-mocismo, de se manter fiel ao papel que se espera dele. E o encontro rola. Barba, cabelo e bigode, ypsilone-duplo, salto carpado e demais malabarismos, horas e horas de calor e pegação no melhor motel da Raposo Tavares.

Depois disso a morena-tropicana cheia de sabores e perdições desaparece, sem deixar sinal, como se tivesse saciado todo seu desejo naquela única tarde.

Dois meses depois, chegam dois daqueles envelopes pardos que parecem saídos de um filme de espionagem na guerra fria.

Um pro escritório bem mobiliado dele, com o resultado (positivo) de exame de gravidez dela.

Outro pra loja da esposa dele, com umas duas dezenas de fotos, dos mais diversos ângulos – o pecador e a tentadora se encontrando, ela entrando no carro dele, eles entrando no motel, eles saindo, se despedindo com um beijo de desentupir pia. Isso sem falar nas próprias fotos da bolinagem ilimitada em si, tiradas não se sabe como dentro da suíte do motel.

Não, meus camaradinhas, não se trata de uma carta de fórum de revista de mulher pelada. Uma tristeza, não? Mas a mais pura verdade, pode acreditar.