sexta-feira, 27 de maio de 2016

sábado, 21 de maio de 2016

As 3 (les)marias

Trabalho num prédio meio antigo, deve ter sido construído no final dos anos 50, talvez inicio dos 60. Ou um pouco depois, sei lá. Só sei que é um desses prediões de antigamente, sólidos e de escadas apertadas.
Quando chega a hora do almoço ou o final do expediente, geralmente pego as escadas para descer, para evitar de ficar esperando os elevadores sempre lotados. Muita gente faz isso, andando todo mundo mais ou menos no mesmo ritmo...exceto as três (les)marias. São três donas que trabalham num dos escritórios dos andares superiores. Se fossem três velhotas, ainda vá lá, é natural que andem se arrastando pelas escadas. Pior que não, elas variam entre seus vinte e tantos e trinta e poucos anos, mas fazem questão de descerem as escadas a passo de tartaruga, fofocando e fuçando em seus malditos celulares. 
Vejam bem, não é que eu queira descer a escada desembestadamente, atropelando tudo...eu gosto de andar devagar, sem pressa, mas mesmo no meu passo mais lento eu acabo alcançados as (les)marias em poucos minutos quando dou o azar delas saírem antes de mim. Já fiquei muitas vezes engargalado atras delas, tendo que pedir licença. Até ao tudo bem, se elas não fizessem questão de fazer que não ouvem quando falamos com elas, e ficarem olhando com cara de quem chupou limao quando as pessoas passam por elas - eu já vi essas caras por que tem mais gente que fica presa nas escadas por contas delas.
Acho que é isso que mais me irrita, esse ar de superioridade, de quem caga mais cheiroso só por que anda mais devagar, ou por usarem rouptchas sociais de marcas. Ou então a falta de noção e civilidade, de respeito pelo tempo alheio.
Ando até pensando se não valeria a pena começar a fazer uns comentários escrotos quando estiver atrás delas, do tipo nossa-que-tchutchuca-bem-aqui-na-minha-frente ou então huuuum-que-blz-de-trio-comeria-as-três-qualquer-noite-dessas...
Pensando bem, será que a solução não é justamente comer uma ou duas delas, quem sabe aquela na casa dos seus vinte e poucos anos com cara de biscatinha que cresceu brincando de barbie e achando que era a princesinha do papai? Depois de uma bela trepada acho que ou elas começam a fugir de mim e consequentemente liberando a passagem, ou então vão ficar cheias de graças, e posso aproveitar para acelerar elas um pouco.
De qualquer jeito, acho que vou trocar a irritação pela diversão...he...he...he...



sábado, 14 de maio de 2016

Mais uma historia de balcão do boteco

Eu no balcão do boteco aqui do térreo, tomando meu café da manhã sossegado. Ja falei de algumas figuras ótimas, mas também tem cada mala que fodem o dia.
Acho que dentre as piores malas está uma dupla de crentes, dessas de cabelão descuidado e amarrado numa trança mal-feita, saião de pano tosco até os calcanhares e cara de quem não dão uma bela trepada a seculos! Até aí tudo bem, foda-se a religião que professem ou como se vestem. O que me incomoda nelas é que nunca, mas nunca mesmo, elas entraram no boteco sem estarem falando mal de alguém. Não presto muita atenção, posso ser canalha mas cuido só da minha vida, mas o tom delas é sempre pernicioso, e os pedaços de comentários que pesco no ar, escondido atras do meu jornal, são sempre falando mal de alguém, reparando nas vestes de (suponho) alguma colega de trabalho, ou falando do marido de fulana, ou de sicrana que onde-é-que-já-se-viu, ou no filho ou filha de alguém que é isso ou aquilo.
Porra, de que adianta esfregar a bunda nos bancos de uma igreja (ou templo ou terreiro ou seja onde for, entendam...), se tudo que fazem é cuidar da vida dos outros e ficar falando merda?

sábado, 7 de maio de 2016

Uma baixa na fauna noturna

Dentre tantas figuras estranhas da fauna  noturna botequeira (não boqueteira, cambada de tarados!) que esbarro nos botecos da vida, tivemos uma baixa recente. Uma figura não exatamente legal, até por estar do lado errado de algumas amizades, mas interessante.  Ok, confesso, uma morena bem gostosa, mas que jamais poderia ser uma candidata a musa questionável pelo simples fato de gostar das mesmas frutas que eu - ou seja, ela era lésbica.
Repararam no tempo verbal? Era, era lésbica. Porque segundo fontes que tem acesso a página dela nas redes sociais, após uma temporada mais forte do que o habitual de saudáveis loucuras sexuais, a morena resolveu se arrepender de seus deliciosos e bem chupados pecados e voltar ao seio (trocadalho involuntário, he he he...) sagrado da igreja de sua infância, tornando-se algo como uma nova crente, careta e hetero (?!?!) com direito a fotinhos u-hu em grupos de jovens, viagens de retiro e pregação, e todo o tipo de carolice imaginável.
Realmente um desperdício, porque a garota era (quase) divertida...por outro lado, quem sabe eu não consiga tirar uma lasquinha dessa fase hetero dela, talvez deva ligar para ela bancando o ex-pecador arrependido pra ver se ela topa ajoelhar para rezar um pouquinho comigo...he...he...he...


                                Image result for crente do rabo quente

Estranho num bairro estranho

Hoje acordei em outro bairro, na cama da mais recente musa questionável, num bairro burguesão, desses que parecem ter o ar até mais limpo, mais fino, talvez pela ausência de mendigos ou mesmo do que eles (os moradores do bairro) chamam de "gente diferenciada". Incrível como a renda per capita sobe na mudança de alguns quarteirões.
Ao acordar, com a cabeça zoada e a boca de ressaca, gosto de descer para meu boteco favorito (aquele do térreo do meu prédio) e tomar uma bela xícara de café forte acompanhado de um pão na chapa. Só isso, sem grandes frescuras, como patezinhos e croissants. Mas quando acordo em outros lençóis, tenho que me adaptar ao que estiver à disposição. E a Helo (vamos chama-la assim) logo se animou para irmos tomar café num mercado próximo da casa dela.
Claro que eu devia ter imaginado, assim como acredito que vocês já devem ter sacado, que não se tratava de um simples mercadinho de bairro, tão comuns pela cidade toda.Era um desses mercados grã-finos, cheios de frescuras gourmet. Mas só fui me ligar onde estava me metendo quando entrei no lugar, e dei de cara com frutas embaladas individualmente, saladas cortadas em bandeijinhas e principalmente, meia duzia de jovens donas de casa burguesas, todas com caras de tédio e cheias, mas cheiinhas de vontade de exibir suas bolsas e seus óculos escuros de marca, além de três ou quatros figurinhas hype, esses tipinhos mamãe-quero-ser-moderninho-com-a-mesada-do-papai.Claro que um tipo como eu, de paletó meio amassado e ainda cheirando ao alcool da noite anterior, atraiu alguns olhares de reprovação, embora a Helô pareça ter ficado orgulhosa de me exibir, como uma especie de trofeu a sua rebeldia - devo confessar que ela tem essas noias, o que só explica por que ela foi se enredar com um tipo como eu...he...he...he...
No fundo do lugar tinha uma especie de cafeteria, com mesinhas e outros fru-frus. Sentamos e pedimos nossos cafés, eu já sacando algumas madrecitas bem apetitosas, ela toda derramada em risos e trejeitos. Tomamos nossos cafés, paguei a (abusiva) conta, e me despedi dela, ainda na porta do mercado, arrastando a tradicional promessa de fodas futuras.