Alguém
pode me dizer por que diabos tanta gente gosta tanto de sofrer? Porra, sério
mesmo, as vezes acho que as pessoas pedem pelamordeDeus pra vida lhes foder. A
verdade está lá, na cara da pessoa, mas ela se recusa a aceita-la, fica
remoendo a situação em busca de uma situação (supostamente) utópica, onde tudo
cai nos lugares (de novo, supostamente) certos. Hello sweetie, acorda que a vida
não é comercial de margarina!!
A dona é uma quase-quarentona bem apanhada,
corpo de mulher madura mesmo, sem aquelas frescuras de mulher malhada, mas
relativamente em forma, com direito a seios deliciosamente turbinados no
silicone sem grandes exageros. É o tipo de mulher quase-bonita, não é feia, mas
também não é daquelas mulheres de beleza estonteante – digamos que ela tem seus
ângulos (alias a expressão dela quando goza é uma delicia). Além de ser
fisicamente interessante, devo admitir que é uma tremenda batalhadora, criando
três filhos praticamente sozinha, toca uma pequena empresa que construiu do
zero, e ainda atura encheção de saco do ex-marido, da mulher nova do ex-marido,
de ex-funcionária zoio-de-lula (que alias é uma fdp!), segura a barra de
problemas com irmão, cunhada, mãe, e ainda atura frescurite do filho mais
velho, que anda numas de se achar o homem da casa só por que entrou na
faculdade e está trabalhando. Além de tudo isso ainda dedica grande parte do
seu tempo livre à pratica da caridade. Realmente uma mulher incrível, o tipo de
mulher com a qual qualquer sujeito não-canalha adoraria, aham, construir um lar (que expressãozinha mais arrepiante,
não? Só de ouvi-la já imagino uma masmorra com correntes...he...he...he. Enfim,
é uma mulher de fibra e de valor, inegavelmente. Só que, e sempre tem um porém, só que ou senão,
foi cair na lábia de um tipo meio cafajeste, meio canalha, sujeitim
quase-desprezível dono de um blog canalha por ai. E ao longo dos meses, depois
de algum tempo de lábia investida, cedeu aos encantos do sujeito, e os papinhos
inocentes foram substituídos por eventuais trepadas noturnas, e a mulher foi se
encantando, afinal de contas um canalha que se preza sabe como tratar e cativar
suas musas questionáveis. Claro que foi avisada, tanto por amigos em comum quanto
pelo próprio canalha em questão, de que o que ele queria não era e nem nunca
seria um compromisso, ou algo mais sério em sua vida. Foi avisada, avisada e
avisada. Repetidas vezes. A exaustão. Mas ouviu? Não, não ouviu. Começou com
aqueles velhos papos bestas de amorzinho, chuchuzinho, você-é-o-homem-da-minha-vida,
começou a sonhar com seu canalha de estimação e com o dia em que iria tira-lo
dessa vida de luxúria, sexo sem compromisso e perdição (que beleza, não?he
he he), afinal de contas “tudo que ele precisa é da mulher certa em sua
vida” (palavras dela – fala sério, hein?). E começou a falar dele pra
família dela, pros filhos, pra mãe, e a convida-lo para jantares em família (não,
obrigado!), viagens em família (obrigado, mas tô a pampa!),
piqueniques com os filhos (opa, valeu mesmo, mas não!), e outras
atividades ui-benzinho-venha-passar-o-Natal-conosco...até que o canalha não viu
outra alternativa a não ser sumir, evaporar, não retornar ligações, e-mails ou
recadinhos de msn. E meses se passaram, até que numa noite de profundo vazio
social e te(n)são existencial, o canalha resolveu ligar para ela, meio que já
esperando o esporro tradicional você-é-um-canalha-miserável-desprezível-filho-de-uma-puta,
mas, na esperança de quem sabe descolar uma trepadinha, só pra matar as
saudades. E não é que descolou? Aliás uma belíssima trepada, com direito a uma
serie de detalhes que não vem ao caso por que aqui não tem porcaria nenhuma de
tons de cinza! E nos meses seguintes, fechados num acordo de ninguém voltar a falar
merda de papinho de casalzinho retomaram aos poucos uma agradável rotina de
papos e eventuais trepadas, até que a proporção entre papos/trepadas foi
ficando cada vez mais pro lado das trepadas, e é claro que ela tinha que de
novo estragar tudo e recair no papinho de amor-I-love-you, ai-eu-sempre-soube-que-você-ia-voltar e bem-que-a-cigana-me-falou-que-somos-destinados-um-ao-outro. Resultado? Vai pra puta que pariu, que
o canalha já encheu o saco e sumiu de novo!
Mas sabem qual é o pior disso tudo?
Segundona, véspera de Natal, canalha dando mole no apartamento antes de
ir pra um de seus botecos favoritos, resolveu depois de meses ligar pra ela
pra, vejam que mocinho bonzinho, desejar um feliz natal e tudo o mais, mas já
contando que dessa vez não tinha possibilidade de qualquer esquema além de uma
corrente de palavrões e xingamentos. PEEEEEE, wrong! Não só foi recebido com ai-que-saudades, como ainda
teve que ouvir coisas como sonhei-com-você-semana-passada e bem-que-me-a-dona-fulana-falou-que-você-voltaria-até-o-final-do-ano...agora
aguenta, lá vai o canalha sumir de novo!
Agora me digam, é ou não é vontade de se
fuder? Depois reclama que fica sofrendo, chorando e esperando o canalha voltar!
Insiste em martelar os mesmos sonhos e desejos idiotas e abrir a porra da boca
pra despejar sua carência toda sobre quem sabidamente não quer nada além de uma
companhia agradável para algumas horas, nada além disso.
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