sábado, 25 de junho de 2016

Cenas patéticas de uma manhã de sabado

Sai agora a pouco da casa da mais recente musa questionável, aquela mesma do bairro grã-fino. Levantei, tomamos café naquele mercado-padoca-gourmet sob o escrutínio das jovens senhoras da classe média metida a alta paulistana, e peguei meu rumo.

No caminho, tem um desses colégios de gente rica, onde o sujeito paga o equivalente a dois salários mínimos pela pré-escola, ou algo assim. Devia estar rolando algum evento especial, e a calçada e todas as ruas em volta estavam lotadas de carros e famílias apressadas. Nisso, passo por uma dona aos berros no celular:
- LUIS ALBERTO, CADE VC?... COMO ASSIM NÃO PAROU O CARRO AINDA? A HOMENAGEM A MARIA CAROLINA É AQUI A DOIS MINUTOS E VOCÊ NÃO PAROU O CARRO AINDA, SEU IMBECIL!NÃO ME INTERESSA SE NÃO TEM VAGA, QUER TRAZER ESSE CARRO AQUI QUE EU MESMA ESTACIONO?!?!?!

Segui em frente enquanto a madame continuava espinafrando o que imagino que seja seu marido no celular, na frente de um grupo de amigos visivelmente constrangidos. Se fiquei com pena do sujeito? Não, sinceramente não. Se um sujeito aceita ser tratado dessa forma em público, é por que o tratamento em casa e na vida em geral não deve ser muito diferente, e alguém que aceite ser tratado assim por quem quer que seja tem mais é que se foder mesmo, e muito!

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