Sexta
a noite e eu me mando pro boteco da temporada – alias, temporada esta que
parece destinada a ser de reencontros, continue lendo e irá entender.
Estava
por lá quando bati o olho numa daquelas musas questionáveis de uma noite, vocês
sabem como é o esquema, passamos uma noite agradável juntos, nos divertimos a
valer até o dia amanhecer, e cada um pro seu lado. Isso tudo tem uns dois anos,
eu acho. Pelo que me lembrava, ela era até que legal(zinha), mas sem grandes
novidades. Sexo ok, limpinho e intenso, sem grandes rompantes ou taras
específicas. Uma bela representante da espécie one night standing de encontro.
Geralmente
eu me considero um bom fisionomista; não me perguntem nomes, mas não costumo
esquecer um rosto, especialmente um rostinho bonito de uma de minhas musas
questionáveis. Ou pelo menos, não costumava esquecer. Admito que de uns tempos
pra cá está ficando cada vez mais difícil me lembrar de muita coisa sobre elas,
além do quadro geral – geralmente me lembro bem de algo especifico sobre a
trepada em si, mas os rostos, nomes e alguns detalhes anatômicos específicos
acabam se perdendo um pouco (anyway, acho que posso sempre colocar essa falta
de memória na conta do whiskey, he he he...). Outro dia mesmo fui pego de
surpresa quando um amigo, outro canalha dos velhos tempos que esbarrei ao acaso
num dos botecos da vida, elogiou as tattoos parcialmente visíveis da musa
questionável que conhecêramos no final de semana anterior. Porra, me lembrava
da garota, de alguns detalhes acrobáticos da trepada, do jeito quase histérico
como ela gritava quase gargalhando ao gozar (sério, achei que fosse ficar surdo
naquela noite!), mas nem em um zilhão de anos iria me lembrar de detalhes das
tattoos dela. E olha que me amarro em garotas tatuadas, mas isso já seria um
outro post!
Então, recapitulando: estou lá no boteco e
entra a garota, me lembro que já a conheço e também de alguns flashs do tempo
que passamos juntos, mas nem fodendo que me lembro seu nome, profissão ou
alguma informação extra. Ela me vê, e com uma daquelas corridinhas
irritantemente saltitantes vem em minha direção, como se reencontrasse um velho
amigo – tecnicamente, acho que me enquadro na definição, desde que ela não
tenha grandes exigências para amizades.
Ficamos
conversando, aqueles papinhos de sempre – nossa,
você sumiu, nunca mais ligou, tudo bem, eu não encano, sei como é, blá, blá,
blá... – e seguimos noite adentro, e nada de me lembrar do nome da sujeita.
Ainda tentei expiar a comanda dela, ou seguir rezando pra algum conhecido dela
pintar no lugar e chama-la pelo nome, mas nada de nada. Talvez fosse algo com
A, como Aline, Andreia, ou seria algo como Denise? Regina? Renata? Ou talvez
algum apelidinho tipo Bel, Bete, Rô, Rê, Sil, ah, sei lá. Me lembrava vagamente
dela ser de fora de Sampa, mas não de muito longe, algo como Campinas,
Sorocaba, Americana, ah, sei lá (de novo). Claro que nessas horas um canalha de
estirpe e vagabunda classe como eu sabe se virar, e sigo chamando-a de anjo,
gata, linda, e por ai vai...e a noite foi seguindo, eu já aos beijos e amassos
com ela (serviu pra refrescar minha memória, ela faz um fellacio de outro
mundo!!), e achando que tudo ia bem, quando não sei o que houve, não sei que
bola fora dei, só sei que ela se ligou, quase que por encanto, que eu não me
lembrava direito dela – e vai explicar pra bela que me lembrei até das
habilidades orais dela, mas não do bendito nome!
E
naquele momento mais constrangedor da noite, a garota me intimou “– esqueceu meu nome, Chuck?!?”.Claro que
tentei, armado com meu melhor sorriso canalha, desarmar a bomba-relógio prestes
a explodir, mas não deu muito certo não...e dá-lhe palavrões, xingamentos,
tapinhas afrescalhados, e o já tradicional desfile-padrão de adjetivos – canalha, cachorro, cafajeste (por que
será que sempre começam com os três “ca’s”?!?), idiota, manipulador, insensível (será que elas realmente acham que
isso me ofende?he he he...), você acha
que está com essa bola toda, seu cafajeste?!? (devo responder dizendo que
se não estivesse com essa bola toda ela não teria caído de novo na minha
lábia?he he he...).
Moral
da história, compadres...na próxima
vez, o negócio é não dar tempo pra garota pensar muito antes de virar pra ela e
já perguntar na maior cara de pau “– Como
é mesmo seu nome, anjo?”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário