Ontem recebi um e-mail do colega de canalhice e amigo virtual Alex B, um dos últimos sobreviventes que ainda visitam de vez em quando este blog, para me falar de seu livro.
Sim, um livro! Aparentemente nosso amigo Alex resolveu reunir algumas das suas histórias e situações noturnas ( porque não dizer canalhas?) num livro, que certamente deve ser bem interessante.
Então, se ainda houver alguém por ai além de mim e do próprio Alex, dêem uma passada no blog do autor, lá você encontram todas as coordenadas para comprar o livro virtual na Amazon, é super fácil!
http://noitescafajestes.blogspot.com.br/
E assim que ler o meu exemplar, posto minhas impressões aqui. Ora essa, quem diria, Chuck, o crítico literário!
domingo, 20 de janeiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Que decepção, Chaveirinho!
Tem
coisas que não valem a pena, certo? Por exemplo, pra mim não vale a pena tomar
café da manhã em casa, já que moro sozinho e não tenho paciência pra toda a
mão-de-obra que seria ter que manter as coisas pro café da manhã em dia em
casa. É mais prático e rápido simplesmente descer à padoca que fica no térreo
do meu prédio e lá tomar meu pingado com pão na chapa enquanto dou uma passada
de olhos nos jornais do dia. Claro que algumas musas questionáveis que
amanheceram por aqui estranharam esse esquema mas fodam-se, quem mora aqui sou
eu e não elas – por mais que uma ou outra tenha alimentado ilusões diferentes
disso.
E
dentro dessa rotina, do meu lugar cativo no canto do balcão da padoca fico
sempre de olho no movimento feminino das sete e pouco da matina, formado em sua
imensa maioria por mulheres a caminho de seus empregos (embora já tenha
flagrado algumas vizinhas voltando da balada nas manhãs de sexta-feira, e pelo
jeito, mais pra lá do que pra cá...he...he...).
E no
meio dessa massa de trabalhadoras, sempre pipocam uma ou outra mais ajeitadinha
– como é o caso daquela que apelidei sacanacarinhosamente de
Chaveirinho, obviamente devido à sua estatura. Devo confessar que me amarro no
que chamo de mulheres-chaveiro, também conhecidas pelos antigos como mulheres tipo mignon, até por que a
maioria delas tem um gênio dos diabos, o que sempre torna muito mais divertida
e interessante a tarefa de doma-las.
E a
Chaveirinho segue bem essa linha de baixinha invocada, sempre de cara fechada
(conforme já disse antes, mulheres com cara de brava me quebram as
pernas...he...he...he...), bonitinha em seu uniforme (acho que de um
laboratório de analises clinicas aqui da região), com seus cabelos presos num
coque apertado. Ela é bem o tipo de brasileira miscigenada de forma sublime
pela natureza, saca quando todos os ingredientes parecem ter dado certo na
mistura? Pois é, como diria o porteiro do meu prédio, um piteuzinho.
Mas
já faz quase dois anos que venho sacando a moça e sendo sumariamente ignorado
(bom, esperta ela, não?), e o tempo passando, e a cinturinha de pilão dela já
não é mais a mesma, de uma forma tão estranha quanto típica as feições do rosto
já não parecem mais tão harmoniosas, aparentemente alguns (poucos) quilinhos
foram se acumulando por ali, o que pra alguém tão baixinha faz uma diferença do
tamanho da bunda dela, mas apesar de tudo isso, caros colegas de canalhice,
certamente eu poderia gastar algumas horas entre aquelas pernas grossas dela;
digo poderia, poderia se não fosse por um motivo, uma razão absolutamente
brochante, do tipo que me faz perder totalmente o interesse por qualquer musa
questionável. Explico: outro dia estava lá pela padoca, quando ela desceu do
seu ônibus habitual de mãos dadas com um sujeito (provavelmente algum tipo de
noivinho, a julgar pelos bambolês-de-otário nas mãos direitas de ambos); mas
sejamos honestos, não seria nem a primeira nem a última musa comprometida com
quem eu me envolveria, afinal de contas eu não aprendo mesmo. Não, não foi o
fato dela ser uma “moça comprometida” que me fez perder o interesse totalmente
por ela, não, foi algo muito mais grave e enojante – a pinta de pagodeiro-feliz
do sujeito-noivinho! Sério, sabe quando
só de bater o olho no sujeito você já saca que o desgraçado é daqueles
pagodeirinhos fuleiros, todo sorridentes,
óculos escuro na testa, aquele andar cheio de telecoteco, enfim, uma das
formas de vidas mais baixas e desprezíveis!
Agora
vou eu, do alto da minha canalhice rock’n’roll, me meter com uma mulher de
pagodeiro? Nem fodendo, obrigado!
domingo, 13 de janeiro de 2013
Eis que surge uma nova musa questionável
Ontem
voltei àquele que foi, tempos atrás, um de meus botecos favoritos, um lugar
onde já passei horas e horas, as vezes bebericando de leve, as vezes bebendo
pesado, as vezes só, as vezes com uma de minhas musas questionáveis – ora diabos,
pensando bem, a situação que vivi e que me levou a criar este blog aconteceu
exatamente nesse pardieiro, ora vejam só!
Mas
estava lá, apreciando a decadência do lugar, não que me incomode, até gosto de
lugares decadentes, afinal de contas combinam comigo, mas o lugar decaiu
demais; da antiga equipe (ou staff, como diriam alguns fresquinhos de plantão)
sobrou apenas o chefe dos seguranças, uma figura mal-encarada a principio, mas pra
lá de simpática quando você se torna figurinha carimbada do lugar. Um sujeito
desses saca logo quem vai dar trabalho e quem vai ficar na manha, e faz questão
de receber bem estes últimos. Servindo as mesas, duas ou três moças simpáticas
mas sem grandes atrativos (ah, saudades dos tempos da 19...he...he...he...) e atrás
do balcão, preparando drinks e servindo bebidas, um sujeito meio afetado e a
mais nova candidata a musa questionável. Ah, Chuck, você não aprende mesmo...
Uma
garota, no meio dos seus vinte e poucos anos, calça jeans preta agarrada, um
daqueles cintos de headbanger, calçando botas que só fui ver horas mais tarde,
uma camiseta do Jack Daniels (perfeita, não? Uma delicia usando uma camiseta de
whiskey!), camisa de flanela meio grunge, um corpo deliciosamente no ponto, nem
gordinha, nem daquelas magrelas cheias de ossos, com curvas nos lugares certos,
um bumbum e um par de peitos apresentáveis, mas sem grandes destaques. Seu
cabelo, liso e preto, cortado à altura dos ombros, cercavam seu rosto – e foi
ai que minha casa caiu e pensei “Acho que estou apaixonado...he...he...he...”;
dizer que a garota, apesar de muito bonita, tinha cara de poucos amigos, é
pouco, na verdade ela trabalhava com a cara fechada, cara de brava mesmo, sem
ficar de risinhos e saramaleques com os bêbados e biscates que pediam as
bebidas. E caras, se tem uma coisa que deixa o Tio Chuck aqui maluco é mulher
com cara de brava.
Daí fiquei
por lá, observando-a a distância, no meu canto do balcão, e bebericando. Depois
de um tempo, pedi mais uma dose, ela respondendo seca, sem olhar direito nos
olhos, palavras protocolares, marca, on the rocks ou cowboy, com tônica ou sem,
enfim. Reparei que a cada hora ela tinha uma folguinha, banheiro, cigarro, algo
assim. E numa dessas escapulidas dela fui atrás, já sabendo pelo cigarro na mão
dela que seu destino era o fumódromo. Nessa primeira escapada me limitei a um
aceno de cabeça, sabendo que ali não adiantava apertar o cerco. Depois que ela
entrou de novo no boteco, dei uns minutos antes de entrar, para que ela não
pensasse que eu a estava seguindo ou algo assim. Na segunda saída dela pra
fumar fiquei no balcão, sem pressão nela. Na terceira, já sacando que se
aproximava a hora da paradinha dela, resolvi dar minha cartada, peguei minhas
coisas e sai antes para o fumódromo, deixando-a ver bem o que eu estava fazendo.
Sabia que se ela, por algum motivo, quisesse me evitar iria adiar o cigarro dela,
mas não me surpreendi ao vê-la abrir a porta do fumódromo improvisado na
calçada. Olhares cruzados, me ofereci para acender seu cigarro e trocamos meia dúzias
de palavras, nada demais. A expressão ao atender no balcão continuou fechada,
mas pelo menos ela já me olha nos olhos e já sabe como gosto da minha bebida. Durante
o resto da noite, trocamos impressões sobre a vida e números de telefone.
Claro
que adoraria dizer que acabamos nos entendendo e que ela acaba de sair daqui de
casa depois de metermos a noite toda, mas não seria honesto nem real. Na
verdade acabei de ligar pra ela, apenas para perguntar como estava o domingo,
desejar uma boa semana e talz. Só isso. Por enquanto...he...he...he...por
enquanto...
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Just a question
Hey sugah, tell me something I cant understand
Why an angel like you, want to be with a devil like me.
segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Pensando sobre a vida e a morte
Dia desses passei por uma situação, no mínimo,
estranha na Corretora. Cheguei na salinha do café, aquele tradicional antro de
fofocas, olhares e xavecos (pqp, Chuck, xaveco? Não tinha um termo menos
adolescente não?), praticamente implorando por uma dose de cafeína pressurizada
(um dos meus mais queridos vícios!) e encontrei um pessoal da Corretora, não
trabalham na minha equipe mas dentro do mesmo ambiente. Bons-dias devidamente
distribuídos, peguei minha dose dupla de espresso e fiquei por ali, encostado no balcão,
acenando com a cabeça nos momentos certos e fingindo prestar atenção no papinho
furado tipo você-viu-quem-vai-entrar-no-Big-Brother?!?! (tentando cumprir uma das minhas
resoluções fixas de ano-novo, aprender a disfarçar meu desprezo por esse tipo
de situação e fingir um grau maior de interesse na humanidade em geral).
Reparei então num casal batendo papo, não casal no sentido fofo-irritante do termo, mas apenas uma dupla mista
homem-mulher, e pensando que eles não poderiam estar em pontos mais opostos,
mas de certa forma complementares, na vida – na semana anterior ao Natal ele
foi pai e ela perdeu o avô (na verdade ambos estavam voltando de suas
respectivas licenças naquele dia). E ai fiquei por lá, bebericando meu café,
continuando com os hum’s,
a-ham’s, nas horas certas
para bancar o social (Chuck, o social, que piada!) mas pensando neles, no ciclo
da vida, no nascimento e na morte, vendo o carinha mostrando fotos via celular
do new baby, mas no fundo
focando nela, lembrando da forma como ela, uma moça geralmente sorridente e
festiva, extremamente simpática, havia desmoronado em choro e tremores e
desespero profundo ao receber pelo celular a noticia da morte do avô (aliás,
jeitinho mais sensível de se avisar alguém da morte de um avô, não?), que pelo
jeito devia ser uma figura incrível para causar tamanha comoção numa mulher já
adulta. E ai comecei a pensar que certamente quando chegar minha hora
provavelmente não vai ter ninguém chorando assim, porra, cheguei a pensar que
do jeito que as coisas são no meu velório vai se formar uma fila de ex-musas
questionáveis para darem uma conferida e verem se o mundo realmente estava
livre de um sujeito desprezível como eu, talvez uma ou outra se despeça
cuspindo na minha cara, mas daí pensei bem e me liguei que elas certamente nem
se dariam ao trabalho de aparecer, provavelmente nem se lembrariam de terem se
enroscado comigo by the way. Alias, divertido pensar que se eu morrer em casa
só vão se ligar da minha morte depois de uns dias, quando o cadáver começar a
feder pra valer. Daí vão chamar o sindico, que vai chamar os bombeiros, que
irão botar a porta abaixo na base da machadada, apenas para encontrar meu
cadáver seco, duro (ou talvez já gosmento e caindo de podre) sentado na minha
poltrona favorita, talvez com os pés apoiados na janela, como se estivesse
contemplando a eternidade através da janela, um filtro de cigarro seco entre os
dedos, um copo de whiskey quente na mesinha de lado, daí vão chamar alguém da
minha família pra reconhecer o corpo e dar um destino ao que estiver dentro do
apê - pra quem será que vai sobrar essa desagradável missão? Tomara que acabe
sobrando pro meu querido irmão dotô
otoridade, e não pra minha doce pero
no mucho irmã. Já posso ver a
cara de nojo dele entrando aqui...he...he...he...
Porra, já começo a ficar irritado só de imaginar aquele povo da
famiglia rondando por aqui, olhando tudo com cara de desprezo, mandando jogar
tudo fora na primeira caçamba de lixo que acharem. Ou quem sabe, por algum
motivo sobrenatural desconhecido, algum dos meus sobrinhos tenha herdado o meu
gosto pra musica de perdedores, whiskey vagabundo e musas questionáveis e
resolva tomar posse do apartamento, prolongando seu uso como covil de um
canalha? Não, Chuck, seria sorte demais para uma herança tão suja quanto a sua.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Minnie’s voice
Sábado
passado estava em um dos meus botecos favoritos da temporada, um lugar
renascido das cinzas da incompetência de n administrações anteriores, bebericando
um pouco de whiskey vagabundo quando saquei uma dona, talvez à beira dos seus
trinta anos, daquelas meio gordinhas na medida certa – e aqui cabe um adendo,
meus caros...quem nunca conheceu uma gordinha caliente não sabe o que está
perdendo, não falo daquelas pobres criaturas que chegam a perder as feições do
rosto de tão adiposas, mas daquelas mulheres com um quê de gordinha, mas de
cintura marcada, seios e curvas em destaque, aquela fofura tão cheia de curvas,
perfumes e sabores –, pele lisa e corada, andando numa nuvem de perfume,
cabelos entre o castanho e o quimicamente arruivado cortados em algo semelhante
a um channel, mas com um toque selvagem, meio jogado, meio displicente – e
caras, adoro mechas displicentes nos cabelos de minhas musas questionáveis. A
boca em forma de coração, lindamente decorada de vermelho parecia um convite a
beijos e felaccios, os olhos amendoados e bem marcados por o quê quer que
diabos as mulheres usem nos olhos (nunca vou lembrar o nome dessas porras
direito). Vestindo uma calça jeans agarrada, recobria um colo deliciosamente
cheio com uma bata branca, que deixava entrever pequenas alças de um bustiê (é
assim que se escreve essa bagaça?!?) sugerindo seios lindos, pesados, firmes e
fartos. Ah, que delicia!
Vocês sabem, colegas de canalhices
noturnas, que não se tem muita formula para esse tipo de situação. Cada musa,
cada noite, exige uma abordagem diferente, para umas funciona um approach lento
e quase formal, para outras o negócio é cruzar o olhar e já cair de boca. No
caso dela resolvi observá-la durante um tempo, saboreando seu jeito sexy de
dançar, a forma como gesticulava, o jeito delicado e sensual como pegava seu
drinque e envolvia o canudo com sua boca (sim, amigos, nessa hora eu já estava
pensando em deixá-la envolver outra coisa com aquela boca...he he he...), o
riso solto, jogando os cabelos de lado, os gestos displicentes ao acender e
tragar seu cigarro, soprando a fumaça e empinando seu busto, uma mão na base
das costas. Aliás, optei por abordá-la justamente no fumódromo, uma área
interna porém descoberta – alias, um dos meus ângulos favoritos do boteco em
questão. Já tendo deixado claro meu interesse nela pelo jeito fixo com que a
olhava, e já tendo recebido o sinal verde para me aproximar – vamos lá, vocês
sabem como é, o olhar da mulher pode ser a forma mais expressiva de comunicação
para um canalha experimentado e calejado por horas e horas de vôo noturno –,
saquei quando ela procurou por um cigarro em sua bolsa e já me dirige para o
fumódromo, zippo a postos para me oferecer para acender seu cigarro (anotem ai,
compadres – essa abordagem nunca falha, nunca!). Numa jogada rápida, meia dúzia
de gestos, sorrisos, cigarros acesos e contato feito. Nessa hora, após tanta
antecipação, tive uma das piores brochadas da minha vida! O motivo? Simples,
senhoras e senhores, a candidata mais do que gabaritada a musa questionável da
vez, com seu jeito sexy de mulher madura e conhecedora dos seus desejos e
vontades, tinha voz de Minnie Mouse!! Sério, caras...ela falava com aquela
vozinha fininha, quase infantil, devagarzinho, meio mimosa...porra,
caras, num dava! Logo pensei em como seria irritante aguentar aquela vozinha,
e o que é pior, como seria ouvir ela gemendo entre lençóis, com aquela vozinha fina
e infantil.
Pensei bem, enrolei, peguei o telefone, até
que resolvi – foda-se, vou encher a cara e come-la mesmo assim. O jeito for
manter a boca dela ocupada a noite toda, e acabar me sentindo meio que uma versão
canalha do Mickey Mouse...he...he...he...
Assinar:
Postagens (Atom)