Sábado
passado estava em um dos meus botecos favoritos da temporada, um lugar
renascido das cinzas da incompetência de n administrações anteriores, bebericando
um pouco de whiskey vagabundo quando saquei uma dona, talvez à beira dos seus
trinta anos, daquelas meio gordinhas na medida certa – e aqui cabe um adendo,
meus caros...quem nunca conheceu uma gordinha caliente não sabe o que está
perdendo, não falo daquelas pobres criaturas que chegam a perder as feições do
rosto de tão adiposas, mas daquelas mulheres com um quê de gordinha, mas de
cintura marcada, seios e curvas em destaque, aquela fofura tão cheia de curvas,
perfumes e sabores –, pele lisa e corada, andando numa nuvem de perfume,
cabelos entre o castanho e o quimicamente arruivado cortados em algo semelhante
a um channel, mas com um toque selvagem, meio jogado, meio displicente – e
caras, adoro mechas displicentes nos cabelos de minhas musas questionáveis. A
boca em forma de coração, lindamente decorada de vermelho parecia um convite a
beijos e felaccios, os olhos amendoados e bem marcados por o quê quer que
diabos as mulheres usem nos olhos (nunca vou lembrar o nome dessas porras
direito). Vestindo uma calça jeans agarrada, recobria um colo deliciosamente
cheio com uma bata branca, que deixava entrever pequenas alças de um bustiê (é
assim que se escreve essa bagaça?!?) sugerindo seios lindos, pesados, firmes e
fartos. Ah, que delicia!
Vocês sabem, colegas de canalhices
noturnas, que não se tem muita formula para esse tipo de situação. Cada musa,
cada noite, exige uma abordagem diferente, para umas funciona um approach lento
e quase formal, para outras o negócio é cruzar o olhar e já cair de boca. No
caso dela resolvi observá-la durante um tempo, saboreando seu jeito sexy de
dançar, a forma como gesticulava, o jeito delicado e sensual como pegava seu
drinque e envolvia o canudo com sua boca (sim, amigos, nessa hora eu já estava
pensando em deixá-la envolver outra coisa com aquela boca...he he he...), o
riso solto, jogando os cabelos de lado, os gestos displicentes ao acender e
tragar seu cigarro, soprando a fumaça e empinando seu busto, uma mão na base
das costas. Aliás, optei por abordá-la justamente no fumódromo, uma área
interna porém descoberta – alias, um dos meus ângulos favoritos do boteco em
questão. Já tendo deixado claro meu interesse nela pelo jeito fixo com que a
olhava, e já tendo recebido o sinal verde para me aproximar – vamos lá, vocês
sabem como é, o olhar da mulher pode ser a forma mais expressiva de comunicação
para um canalha experimentado e calejado por horas e horas de vôo noturno –,
saquei quando ela procurou por um cigarro em sua bolsa e já me dirige para o
fumódromo, zippo a postos para me oferecer para acender seu cigarro (anotem ai,
compadres – essa abordagem nunca falha, nunca!). Numa jogada rápida, meia dúzia
de gestos, sorrisos, cigarros acesos e contato feito. Nessa hora, após tanta
antecipação, tive uma das piores brochadas da minha vida! O motivo? Simples,
senhoras e senhores, a candidata mais do que gabaritada a musa questionável da
vez, com seu jeito sexy de mulher madura e conhecedora dos seus desejos e
vontades, tinha voz de Minnie Mouse!! Sério, caras...ela falava com aquela
vozinha fininha, quase infantil, devagarzinho, meio mimosa...porra,
caras, num dava! Logo pensei em como seria irritante aguentar aquela vozinha,
e o que é pior, como seria ouvir ela gemendo entre lençóis, com aquela vozinha fina
e infantil.
Pensei bem, enrolei, peguei o telefone, até
que resolvi – foda-se, vou encher a cara e come-la mesmo assim. O jeito for
manter a boca dela ocupada a noite toda, e acabar me sentindo meio que uma versão
canalha do Mickey Mouse...he...he...he...
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