quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Minnie’s voice


Sábado passado estava em um dos meus botecos favoritos da temporada, um lugar renascido das cinzas da incompetência de n administrações anteriores, bebericando um pouco de whiskey vagabundo quando saquei uma dona, talvez à beira dos seus trinta anos, daquelas meio gordinhas na medida certa – e aqui cabe um adendo, meus caros...quem nunca conheceu uma gordinha caliente não sabe o que está perdendo, não falo daquelas pobres criaturas que chegam a perder as feições do rosto de tão adiposas, mas daquelas mulheres com um quê de gordinha, mas de cintura marcada, seios e curvas em destaque, aquela fofura tão cheia de curvas, perfumes e sabores –, pele lisa e corada, andando numa nuvem de perfume, cabelos entre o castanho e o quimicamente arruivado cortados em algo semelhante a um channel, mas com um toque selvagem, meio jogado, meio displicente – e caras, adoro mechas displicentes nos cabelos de minhas musas questionáveis. A boca em forma de coração, lindamente decorada de vermelho parecia um convite a beijos e felaccios, os olhos amendoados e bem marcados por o quê quer que diabos as mulheres usem nos olhos (nunca vou lembrar o nome dessas porras direito). Vestindo uma calça jeans agarrada, recobria um colo deliciosamente cheio com uma bata branca, que deixava entrever pequenas alças de um bustiê (é assim que se escreve essa bagaça?!?) sugerindo seios lindos, pesados, firmes e fartos. Ah, que delicia!
Vocês sabem, colegas de canalhices noturnas, que não se tem muita formula para esse tipo de situação. Cada musa, cada noite, exige uma abordagem diferente, para umas funciona um approach lento e quase formal, para outras o negócio é cruzar o olhar e já cair de boca. No caso dela resolvi observá-la durante um tempo, saboreando seu jeito sexy de dançar, a forma como gesticulava, o jeito delicado e sensual como pegava seu drinque e envolvia o canudo com sua boca (sim, amigos, nessa hora eu já estava pensando em deixá-la envolver outra coisa com aquela boca...he he he...), o riso solto, jogando os cabelos de lado, os gestos displicentes ao acender e tragar seu cigarro, soprando a fumaça e empinando seu busto, uma mão na base das costas. Aliás, optei por abordá-la justamente no fumódromo, uma área interna porém descoberta – alias, um dos meus ângulos favoritos do boteco em questão. Já tendo deixado claro meu interesse nela pelo jeito fixo com que a olhava, e já tendo recebido o sinal verde para me aproximar – vamos lá, vocês sabem como é, o olhar da mulher pode ser a forma mais expressiva de comunicação para um canalha experimentado e calejado por horas e horas de vôo noturno –, saquei quando ela procurou por um cigarro em sua bolsa e já me dirige para o fumódromo, zippo a postos para me oferecer para acender seu cigarro (anotem ai, compadres – essa abordagem nunca falha, nunca!). Numa jogada rápida, meia dúzia de gestos, sorrisos, cigarros acesos e contato feito. Nessa hora, após tanta antecipação, tive uma das piores brochadas da minha vida! O motivo? Simples, senhoras e senhores, a candidata mais do que gabaritada a musa questionável da vez, com seu jeito sexy de mulher madura e conhecedora dos seus desejos e vontades, tinha voz de Minnie Mouse!! Sério, caras...ela falava com aquela vozinha fininha, quase infantil, devagarzinho, meio mimosa...porra, caras, num dava! Logo pensei em como seria irritante aguentar aquela vozinha, e o que é pior, como seria ouvir ela gemendo entre lençóis, com aquela vozinha fina e infantil.
Pensei bem, enrolei, peguei o telefone, até que resolvi – foda-se, vou encher a cara e come-la mesmo assim. O jeito for manter a boca dela ocupada a noite toda, e acabar me sentindo meio que uma versão canalha do Mickey Mouse...he...he...he...

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