Antes
de começarmos, tenho a dizer em minha defesa que não fiz praticamente nada para
ser abordado, abalroado, atacado, e ter minha inocência e santidade
praticamente arrancadas às mordidas e arranhões na última noite de sábado,
naquele boteco dos velhos tempos revivido! Sim, meus amigos, mordidas e
arranhões, mas calma que eu já chegou lá!
A
cronologia plena da noite tem alguns furos, alguns lapsos de tempo (ou de
memória, enfim, culpem o maldito scotch nacional!), mas me lembro de chegar no
lugar por volta de umas onze horas e começar a circular; o lugar estava meio
vazio, mas logo foi chegando mais gente, não o suficiente para lotar o boteco mas
apenas um tanto para garantir proporções agradáveis de possíveis musas
questionáveis.
Retomando
um velho hábito, sentei-me na ponta mais distante do balcão do bar do ambiente
principal, de onde podia ter uma visão muito boa das frequentadoras do boteco,
e uma vista ainda melhor da nova bartender, uma pequena deliciosa nos seus
vinte e pouquíssimos anos, mas que (por enquanto) ainda não me deu moral.
Dai
estava eu lá, apenas um velho canalha bebericando seu whiskey, e logo saquei um
grupinho animado próximo de mim; claro que como não sou bobo nem nada, dei uma
encarada numa gordinha (confesso, me amarro numa gordinha, mulher muito magra
dá a impressão que vai se quebrar no primeiro arrocho mais forte!!) até que bem
bonita, mas sem dispender maiores esforços; e assim a noite foi avançando, o
whiskey correndo solto, e numa segunda olhada para o animado grupinho pude ver
uma outra garota, já olhando pro meu lado toda languida, na casa do seus vinte
e tantos / trinta e poucos anos, uma beldade bem apanhada, olhos expressivos,
cabelos ruivos aparentemente naturais e pequenas sardas encimando um lindo
sorriso sacana, do tipo que desperta o interesse de um canalha qualquer como
eu.
De
principio, não passamos de algumas trocas de olhares disfarçados, e como a
garota parecia meio sem jeito preferi dar uma volta pelo lugar. Amigos canalhas
de plantão, sejamos honestos, todos sabemos que este é um dos mais velhos
truques do repertório de um canalha de respeito – fingir indiferença sempre
atiça o interesse da muherada! E não deu outra! Do bar fui para uma área
externa, uma espécie de sacada transformada em fumódromo, e logo lá estava a
garota, zanzando pelo fumódromo também, arrastando uma amiga a tiracolo. Já
disposto a enredar mais a musa sardentinha, resolvi circular mais um pouco
pelos ambientes do lugar e foi batata, todo lugar onde eu colava, logo ela e
sua escudeira colavam também, a cada momento intensificando ainda mais a troca
de olhares e risinhos.
E
numa dessas trocas de ambientes fui abordado pela plenamente entregue e
desejosa musa questionável, que veio com um papinho furado, me perguntando se
eu não era amigo de num sei quem, dai começamos a conversar, sempre bem
colados, com esbarrões estratégicos, muita mão no braço, no peito, beijinhos na
mão, e logo resolvi pagar algo pra ela beber e seguimos conversando.
Lá
pelas tantas, a banda residente começou a tocar algo como a música favorita
dela que, tomada por uma repentina euforia, provavelmente turbinada por tudo
que ela já havia bebido, me agarrou de forma selvagem, eu diria, com beijos
fortes que logo se tornaram em mordidas. Mas os beijos mordidos foram só o
começo! Ela realmente curtia algo mais violento, mais pegado, e começou a
sessão de chupões e arranhões fortes nas costas e braços. Como também gosto de
garotas mais selvagens, logo a coisa pegou fogo, era mão, beijo, mordida e
arranhão pra tudo que era lado. Sinceramente, não tenho nem ideia de quanto tempo
ficamos juntos, nem como foi que chegamos a um dos inúmeros hoteizinhos
“familiares” da região, mas quando me toquei já eram quase seis da matina, e o
celular dela tocava, anunciando que eu precisava leva-la de volta ao boteco,
para que ela pudesse ir embora com suas amigas.
Chegando
lá a galera dela já estava pronta para ir, mas ela ensaiou uma tentativa de
enrolar, algo como “ai-ui-acho-que-vou-passar-a-manhã-com-ele”,
mas aproveitei o momento para dizer a ela com minha mais deslavada cara-de-pau e
meu mais perfeito sorriso-canalha que tinha sido um imenso prazer conhece-la,
que ela era uma delicia e tudo o mais, mas que o sol já ia nascer e eu
precisava ir. Depois de um último beijo, virei as costas e atravessei a rua
lateral, subindo pelo outro lado e me mandei, sem olhar para trás nem uma
última vez. E sem pegar telefone, e-mail ou algo que o valha. Porra, nem sequer
lembro direito do nome dela!! Acho que era Marisa, ou Marina, ou Maisa, ou algo
assim...he he he...
Post Scriptum:
ao acordar no domingo foi que pude ver o tamanho do estrago, constatando um
verdadeiro inventário de marcas de unhada, arranhões, mordidas e até mesmo um
pequeno roxo próximo a um dos olhos. É, meus amigos, mais uma vez se confirma a
tese de que as ruivas tem um fogo selvagem queimando dentro de si! E como
resultado geral da partida, a noite valeu a pena como prática da mais pura canalhice,
o suficiente para eu passar um tempo na base do low profile – pelo menos, até
que outra musa questionável resolva me agarrar e abusar da minha inocência. He
he he...
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