Eu
não entendo o jeito como ela me olha, entre constrangida e fascinada, nem a
timidez em seu sorriso. Muito menos entendo o que uma garota com cara de anjo
pode querer com um velho demônio como eu. Também não entendi quando ela entrou
na minha sala, com uma desculpinha esfarrapada. Entendo menos ainda quando a
flagro me seguindo com o olhar.
Mas
entendo bem o efeito de um sorriso tão doce e inocente, carregado com
expectativas que, venhamos e convenhamos, nunca serão atingidas, por melhores
que sejam como promessas de encantos.
Nota
canalha: hoje cedo me peguei olhando pela porta da minha sala, e contemplando
minha equipe e mais um pedaço do salão – que diabos, esse pessoal é doido de
colocar um canalha assumido como eu no meio de tantas delicias?
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