Sábado
passado voltei a uma antiga cena-de-crime; ok, exageros à parte, sabadão me
permiti voltar a um dos meus antigos botecos favoritos, um lugar que frequentei
durante meses seguidos uns anos atrás – aliás, é um dos meus grandes favoritos,
que tenho frequentado de vez em sempre ao longo de quase vinte anos. Um dia
ainda escrevo sobre o boteco em si.
Claro
que, cagado de pombo como sou, imaginei que nesse retorno ao velho antro pudesse
reencontrar alguma antiga musa questionável, provavelmente daquelas
escandalosas do tipo seu-canalha-você-sumiu-e-nunca-mais-me-comeu;
num primeiro pensamento, pensei que a sortuda da noite seria a doce Dani,
embora ela tenha um sério motivo para não cair mais para a noite (se meus
cálculos estão certos, um motivo de mais ou menos um ano e pouquinho, rosadinho
e chorão – e não, não tenho nada a ver com isso!), afinal de contas ela também
tem uma história de anos com o lugar, mas, para minha surpresa, quem surgiu na
minha frente, deliciosa como sempre, foi a pequena Alexia.
Alexia,
a.k.a Alexia Dark como ela costumava assinar seu perfil numa quase falecida rede
social (sim, meus amigos, essa mesmo), também conhecida em outros círculos
menos noturnos como Alessandra, é uma mestiça de japonesa simplesmente linda,
mais de 1,80m de mulher, cabelos tipicamente volumosos mantidos sempre à altura
dos ombros, e um corpo de estourar o zíper da calça de qualquer sujeito que
goste do jogo. Pensem numa versão japa-cavala da Siouxsie e terão uma vaga
ideia da bombshell Alexia. Logo de cara saquei que ela continuava gostosa como
sempre, nos últimos anos não havia nem engordado, nem emagrecido (é sempre um
risco que as musas correm, basta ficar uns meses sem aparecer e pumba, a mulher
aparece parecendo a Wilza Carla ou um esqueleto anoréxico!), mas com um
belíssimo adicional – um par de airbags nos peitos que simplesmente a deixaram
perfeita! Se bem me lembro, ela havia comentado sua vontade de turbinar as
peitcholas nos velhos tempos. Agora ela deve estar com seus 24, no máximo 25
anos, mas pelo que vi no sábado continua a mesma porra-louca de sempre, com
apenas uma (desagradável) mudança – um namorado à tiracolo – by the way, que
sujeitinho com cara de tonto! Sério mesmo, parecia o tipo de sujeito que Alexia
sempre pediu aos céus (ou infernos, nunca dá pra se saber com esse povo
gótico), um tonto que a olha como se ela fosse uma deusa (ok, ela merece, vai
ser gostosa assim na minha cama), e que banca sua balada e garante a carona
para casa no final da noite.
Seguindo
as regras do Manual do Canalha, capítulo XXVII, seção XIV, anexo B, achei por
bem ficar na minha e tentar evitar a Alexia, afinal de contas o boteco ser grande
pracarai, com uns três ou quatro ambientes diferentes tem que servir para alguma
coisa prática, nem que seja ter onde se esconder e fugir de ex-musas
acompanhadas por namorados bobões. Contava também que a pequena teria o
bom-senso de me evitar, não tendo assim que explicar para o namoradinho-garotão
de onde ela conhecia um sujeito como eu – e ainda pior, o que havia rolado
entre nós em outros tempos.
Mas
claro que, como nunca podemos contar com o bom-senso e inteligência de minhas
musas, Alexia optou por passar a noite toda tentando esfregar seu namorinho na
minha cara (acho que o fato de ter dispensado a menina e sumido por um par de
anos tem algo a ver com essa atitude, vai saber?). E lá ia o Chuck para o bar
superior, apenas para dar de cara com o casalzinho se pegando do meu lado; era
subir pra pista (não, Tio Chuck não dança, nunca, nem pensar, apenas fico na
área admirando as possíveis futuras musas) e dali a pouco estava aquele 1,80 e
tanto de japa-girl dançando do meu lado e ainda pior, por mais que eu me
esgueirasse à francesa para outros lados, tentando esbarrar em mim. Colava no
fumódromo, e la vinha ela toda felizinha com seu bobão. E assim foi por boa
parte da noite, eu circulando, ela me cercando, me olhando por sobre os ombros
do namoradinho, achando que eu me importava com suas ceninhas de casalzinho-feliz-correndo-na-praia-em-comercial-de-agua-mineral.
Mas
o saldo final da noite foi positivo, apesar de alguns momentos meio babacas;
fiquei contente em ver que ela está bem, independente do que rolou no passado e
do tradicional fim Chuck-você-é-um-canalha!
que tivemos sempre tive um certo carinho por ela, afinal de contas é uma garota
bacana, meio doidinha demais até mesmo pros meus padrões, de certa forma uma
figura trágica em sua carência e sua fixação por um ex-namorado de tempos
antigos (huum, pensando bem, o atual namoradinho parece uma versão abundalhada
do outro sujeito), uma bipolaridade com relação ao sexo meio preocupante
(humpf, acho que qualquer dia desses vou ter que escrever um post melhor sobre
ela). Sei lá, de qualquer forma torço para que ela seja feliz – desde que essa
felicidade não inclua nenhum tipo de relacionamento
sério (expressãozinha sinistra, de dar arrepios, não?) comigo.
Pior
que depois dessa noite fiquei com uma vontade de voltar ao mesmo boteco mais
vezes, apenas para ver se esbarro com ela ou com alguma outra antiga musa
questionável mais vezes, quem sabe até para estar por perto quando o namorico
dela acabar – vão por mim, conheço aquela garota bem demais, ela nunca foi de
parar quieta com um bundinha daqueles. He he he...
Chuck, Chuck, Chuck, você põe em palavras o inconsciente coletivo de toda a raça canalha! Parabéns, e por favor, nunca se emende ou sossegue.
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