Normalmente me chamam de canalha, e aceito de bom grado o título - embora prefira cafajeste, mas enfim, não se pode ter tudo.
Mas sábado passado, num dos meus botecos favoritos, fui chamado de safado! Sim, isso mesmo, safado, simplesmente assim...não de safadão (com aquele tom cheio de desejo e luxúria), nem de safadinho (aquele jeitinho de menina-mulher querendo aprontar), mas simplesmente de safado!!
A cidadã tresloucada capaz de tão injusto gesto, no melhor da noite, me saiu com uma dessas! Veja só amigo, eu estava lá no meu canto do balcão, bebendo sossegadamente, não me atirei em cima dela nem nada - ela veio se insinuando toda pra cima de mim, e depois o safado sou eu?
Vamos começar do melhor ponto - o começo, esse negócio de começar a história pela metade é muito pós-modernismo pro meu gosto...tudo começou horas antes, e todo homem que já passou por isso sabe como esse jogo começa - alguns olhares ainda não tão ébrios trocados na porta do bar, num reconhecimento tácito de que se-você-entrar-ai-vou-entrar-também...depois o jogo de cerca-lourenço durante a noite, naquelas de sempre estar por perto do alvo cortejado, seguido daquela deliciosamente inconclusiva aproximação - brother, como aquela belezinha soube fazer bem esse jogo!! - até a abordagem fatal.
É justamente nesse ponto que as mulheres sabem jogar como ninguém, começando com algum comentário grátis e desnecessário, formulado de maneira a deixar espaço para a-) uma réplica brusca e cortante para o caso do sujeito não estar interessado (ou não ter bebido o suficiente para estar, mas enfim...) ou b-) ou uma receptiva resposta na forma de comentários engraçadinhos ou enebriados - no caso, os dois - que acabam levando direto ao ponto que ela queria...você sabe, brother, aquele momento dos lábios molhados e toques quentes e etceteras...
Claro que tudo poderia ter acabado bem por ai, horas e amassos se sucedendo até o grand finale, de digamos "conhece-la", para usar terminologia bíblica - ou de furunfar, como diria aquele velho quadro de um programa de humor duvidoso dos anos 80.
Mas a carne é fraca, e a vista era boa demais...
Numa momento de ausência da dita-cuja - teria ela ido ao banheiro, teria ela ido pegar mais uma cerveja?? - olhei pros lados do balcão enquanto sorria breaco - admito, meu sorriso embreacado poderia ilustrar o verbete "sorriso cafajeste" do dicionário ilustrado de sua preferência... - e acabei me deparando com uma pequena de sorriso iluminado, daqueles que fazem o coração de um sujeito romântico (hey, canalha sim, mas romântico também, admito!!) parar de bater por meio segundo...
Ah brother, nem vou tentar me justificar, a aproximação foi inevitável, e que momento único...até o momento da reaparição da, digamos, musa#1 da noite (tosca, mas musa, cada canalha tem a musa que merece), a conversa fluiu de uma forma deliciosa,o que por si só já deixava a musa#2 em primeiro lugar no ranking do meu coração - pelo menos, por aquela noite...
E lá estava eu, dividido ao meio, como naqueles sketchs humorísticos digno de um programa dos melhores anos dos Trapalhões...
E a noite seguiu, na companhia de uma com a(s) cabeça(s) pensando na outra, entre beijos e caricias e um papo de aranha de lascar...e ai que pergunto ao Santo dos Canalhas (afinal de contas, se os assassinos tem o seu, nós canalhas também devemos ter o nosso!!), CUSTAVA MUITO TER APARECIDO A SEGUNDA PRIMEIRO?!?!
Resultado geral da partida, Lombardi:
- queimado com uma garota mala - ok, posso conviver com isso, activia com johnny walker;
- queimado com uma garota incrível de gente-boa, que realmente valeria umas boas noites - damned, pq eu sempre tenho que me meter nessas situações;
- e principalmente, queimado por um tempo num dos meus botecos favoritos...
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