domingo, 22 de dezembro de 2013

Chuck, o imã de maluca da noite paulistana

Ora vejam só, ainda me lembro da senha deste sitio.

Na verdade ando meio sem ter o que comentar, as saidas noturnas tem diminuido bastante, na maioria das vezes prefiro ficar no meu velho apartamento, bebendo até algo fazer sentido.

Mas ontem resolvi dar um pulo num dos meus antigos botecos favoritos, pra ver o que estava rolando na noite.

Lá pelas tantas, resolvi dar o que chamo de meu mergulho particular nas sombras - não se preocupem, it's no big deal! Apenas ficar lá, no fundo da pista, mesclado as sombras. De repente, estou eu lá tentando identificar um dos sons que rolam no lugar, quando olhei pro lado e vi um belíssimo par de seios quase que saltando pra fora de um decote, no alto de um desses corseletes. Podem me chamar de canalha, mas nem olhei pro rosto da cidadã antes de soltar um comentário cretino e sexista qualquer, algo como "uou, que delicia!!".

Eu sei, eu sei, eu sou mesmo um canalha, ainda mais depois de beber algumas doses...he he he...

Mas aparentemente a moçoila (bondade minha, melhor seria dizer a quarentoila) gostou do elogio, pois se agarrou a mim e passamos os próximos sei lá quantos minutos nos agarrando como dois loucos pelas sombras. Se fosse como uns 20 anos atrás, teriamos consumado o ato (bonito isso, não?) ali mesmo na pista, mas as coisas andam mais organizadas naquele boteco.

Nesse ponto vou pular a parte da história que contaria a ida pro hotelzinho fuleiro da esquina, e as horas seguintes de um sexo, digamos, rasgante!

Lá pelas tantas, ela começou a contar a vida dela. De como tinha ficado num sei quantos anos casada, e como o maridinho dela havia deixado de come-la e passado a ignora-la na cama, como tinha se libertado recentemente e etc e talz...

Daí lá pelas tantas, ela começa com um papinho mais do que maluco: que depois que tinha se separado, tinha se unido a uma comunidade de vampyrismo, algo como vampiros fetichistas - num falei que era maluca? Mas ainda vem mais, ela disse que era na verdade uma bruxa, e soltava uma gargalhada alta cada vez que falava isso!! Mas a coisa ainda melhora!! Dizia ser a lider de sua familia de bruxas (mais uma gargalhada ao dizer isso!), que era um tipo de cyber-blogueira da comunidade vampyrica (fez questão de dizer que era com y, vejam só...). Disse que tinha mentido seu nome, por que era uma figura importante da sociedade paulistana, que tinha que manter sua vida noturna apartada das suas importantes atividades profissionais.

E foi nesse ponto que peguei minha jaqueta e pulei pela janela, correndo desembestado pela noite - adivinhem qual a profissão de quarentona de fogo no rabo metida a bruxa-vampyra num sei das quantas?

Isso mesmo, meus amigos canalhas - advogada! Eu mereço!

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Chuck na igreja

Outro dia fui naquela igreja, meio escondida ali na Brigadeiro. Fiquei ali sentado no fundo da nave, enquanto algumas carolas circulavam pelo lugar, fazendo o que quer que elas façam. Nunca entendi bem os pequenos rituais católicos, aquele lance de se ajoelhar quando entra numa igreja, ou como se portar durante uma missa, ou como se deve agir perante, sei lá, uma estátua em tamanho natural de Jesus morto. Não era hora de missa nem nada, apenas uma igreja vazia, com seus bancos de madeira, seu altar, candelabros e vitrais e tudo o mais. Não sei bem o que fui fazer lá dentro, mas o clima do lugar me relaxou. Talvez a arquitetura da igreja, pequena, acanhada, tenha ajudado nessa sensação de conforto. Talvez eu tenha ido lá pra rezar, ou pelo menos pra conversar com Deus, ou Alguém-equivalente. Outro dia li em algum lugar que um desses astros do rock drogadões sempre considerou que Deus fosse mulher. Não sei, mas faz sentido pra mim, mas não pelos motivos positivos habituais – afinal de contas, quem pode foder a vida de um sujeito tão bem quanto uma mulher enraivecida, mimada e que quer o que quer, na hora que quer? Pra mim, parece bem com o Deus do Velho Testamento, aquele que reduzia cidades inteiras ao pó apenas para provar seu argumento. De qualquer forma, estava lá pensando em conversar com Ele (ou Ela, enfim...), e tentando entender em que pé está minha vida, ou só ficar por lá, sacando a atmosfera do lugar. Acho que já tinha mais de dez anos que não entrava numa igreja, afinal de contas não tenho muito o que fazer num lugar geralmente cheio de velhas e que serve um vinho ruim e em doses limitadas. Definitivamente, não é o meu tipo de lugar. Mas naquele final de tarde, a noite caindo lá fora, me senti legal, apenas sentado lá.
E no meio daquele silencio todo comecei a pensar, claro, nas minhas musas questionáveis. Não em alguma delas especificamente, mas nelas como um todo, e me toquei de uma coisa – não sei bem de onde as conheço! É assim, claro que a maioria delas eu esbarrei na noite, em algum boteco e pronto, sem maiores mistérios, easy come, easy go, cada um pro seu lado e sem chororô. Mas tem algumas delas, que por motivos aleatórios como ser legal demais ou meter bem demais, foram mantidas por perto ao longo do tempo. Ou pelo menos, ao longo de um período de tempo determinado e, principalmente, limitado. E dentre estas, existe um numero ainda mais limitado das que se tornaram minhas amigas, ou algo próximo de uma amiga (é difícil pracarai manter a amizade de uma mulher depois de deixar claro que a - foi ótimo comê-la, b - gostaria de comê-la de novo a qualquer momento e c - não, isso não significa nada além de sexo pra mim e principalmente, não significa que quero ser o namoradinho fofis dela). Mas algumas delas, bem poucas, acabaram de uma forma ou de outra se mantendo por perto. Claro que esse “por perto” é bem relativo, as vezes elas somem, assim como eu sumo, por semanas ou meses, mas quando nos esbarramos ou falamos de novo a coisa vai smooth, sem crises e chororôs. E ai fiquei pensando que é engraçado como vinculo essas musas ao meio de contato delas, por exemplo, tem a morena deliciosa da Aline, que é um exemplo típico de como uma mulher pode ficar ainda mais gostosa depois da maternidade (não, não é cria minha, é de um outro cacho dela, alias pensando bem ela nunca me contou direito a historia dessa gravidez, só sei que a maternidade fez muito bem a ela, em vários sentidos). Mas voltando, a Aline pra mim é sempre associada aos seus telefonemas altas horas da noite, geralmente conversamos por horas e acabamos marcando uma ponta pro final de semana seguinte, mas não saberia dizer, mesmo que dessa resposta dependa minha vida, de onde a conheço, tenho uma vaga impressão mas não saberia dizer com firmeza onde nos conhecemos, quem abordou quem, se tínhamos amigos em comum ou se nos esbarramos “ao acaso”, enfim, como foi que a coitada se enredou na minha vida.

E pensando na Aline, que quando estávamos mais próximos era cheia de dúvidas, incertezas, crises e instabilidades, pulando de um subemprego pro outro, se metendo com sujeitos ainda piores do que eu (acreditem-me, eu posso ser canalha, mas existem tipos muito piores por ai, vestidos de bons-moços, escondendo seus vícios e mazelas por trás de sorrisos atenciosos!); recentemente, após um sumiço de mais de dois anos, a reencontro tornada em mãe, com o trampo que ela sempre pediu aos céus, e encaminhada em outros aspectos que não veem ao caso. Conversamos por um bom tempo, não mais com a sofreguidão de tempos atrás (sempre que nos esbarrávamos o bicho pegava, se é que vocês me entendem...he...he...he...), mas sim com sinais claros de uma amizade que pôde se consolidar através do tempo. E fiquei feliz, tolo romântico que talvez eu seja, em vê-la bem. Mas relaxem, que esse é o único sinal de romantismo à vista no pedaço.

domingo, 25 de agosto de 2013

Cena de uma manhã chuvosa

Na verdade a cena não se passa bem numa manhã, mas sim na hora do almoço, mas como o titulo do post iria ficar muito longo se fosse " Cenas de um começo de tarde por volta do 12h30" ficaria muito estranho até mesmo para os padrões deste blog, semi abandonado mas ainda resistente, resolvi me permitir uma certa "liberdade poética".

Tudo começou umas semanas atrás, num elevador apertado na hora do almoço; mesmo sem querer, foi inevitável ouvir os lamúrios e impropérios. Mas vamos por partes: os "personagens" são um desses jovens casais irritantes, que não se destacam pela beleza, muito pelo contrário, o sujeito com aquela cara de infeliz, de quem se sujeita a aguentar uma mala reclamona na sua orelha o dia todo em troca do assim chamado amor, e a garota com cara daquelas filhas da puta que acham que a mulher só é feliz quando inferniza a vida do seu "morecuxo", arrastando na lama toda e qualquer noção de dignidade. Por força de um horário de almoço semelhante, eu já tinha sacado esses dois, o otário e a megera, os dois na casa dos seus vinte e pouquissimos anos, coincidentemente duas figuras magrelas. Um verdadeiro casal de suricatos.

E a pequena megera, sem se importar do elevador estar lotado de conhecidos e desconhecidos, seguia ralhando com seu namorado/noivo/whatever reclamando por ele ter cometido a gravíssima falta de sair pro almoço sem pegar um guarda-chuva, que onde já se viu isso, que ele nunca pensa em nada, que ela tem que pegar tudo, que aposto que esta chovendo lá fora, que ele era mesmo um inútil, e blá-blá-blá...

E assim descemos algo como dez andares, parando que nem trem de metrô; mesmo sem ve-los, podia facilmente imaginar o sujeito se curvando, humilhado, ou mesmo encolhendo como um personagem de cartoon.

Chegamos no térreo, e todos desceram do elevador, visivelmente aliviados em não ter mais que compartilhar daquela patetica cena. Mas, como este que vos fala gosta de ver a merda desandar de vez, fiquei por perto, e fui seguindo o casalzinho, que logo parou na porta do prédio. Na real, a jovem megera parou, e olhando com uma cara de fúria irracional, gritou com o otário algo como "tá vendo, num falei que estava chovendo?!?! Seu inutil, agora vou ter que voltar pra pegar a minha sombrinha, se vocÊ me ouvisse...blá-blá-blá...

E o otário ficou lá parado, debaixo de uma garoa fininha, bem fininha, dessas que nem molham direito, enquanto sua amada megera voltava para o saguão de entrada do prédio, batendo o pé e fazendo cara de limão chupado.

Segui em frente, e ao passar por ele não pude resistir: olhei bem pra cara do sujeito, e balançando a cabeça soltei um tsc-tsc-tsc...acredito que contribuindo para aumentar a humilhação do otário. Que aliás, merece se foder mesmo, já que se sujeita a passar por esse tipo de situação.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Procurando sarna...


Hoje à tarde estava no fumódromo ao lado do prédio da Corretora quando ouvi uma colega de trabalho comentando sobre uma amiga dela, dizendo que a guria não consegue voltar pra casa da balada no zero a zero, que ela tem que necessariamente ficar com alguém na balada ou não sossega, que à medida que a noite avança ela vai baixando cada vez mais os padrões de exigência, chegando mesmo a ficar com uns sujeitos fim-de-carreira no final da noite, em falta de oferta melhor. Pior que conheço a tal amiga, e a menina realmente não é de se jogar fora.
E agora fico pensando se não seria uma boa ideia chama-las para sair, apenas por uma questão de sociabilização...he...he...he...

domingo, 14 de abril de 2013

Memória seletiva


Sexta a noite e eu me mando pro boteco da temporada – alias, temporada esta que parece destinada a ser de reencontros, continue lendo e irá entender.
Estava por lá quando bati o olho numa daquelas musas questionáveis de uma noite, vocês sabem como é o esquema, passamos uma noite agradável juntos, nos divertimos a valer até o dia amanhecer, e cada um pro seu lado. Isso tudo tem uns dois anos, eu acho. Pelo que me lembrava, ela era até que legal(zinha), mas sem grandes novidades. Sexo ok, limpinho e intenso, sem grandes rompantes ou taras específicas. Uma bela representante da espécie one night standing de encontro.
Geralmente eu me considero um bom fisionomista; não me perguntem nomes, mas não costumo esquecer um rosto, especialmente um rostinho bonito de uma de minhas musas questionáveis. Ou pelo menos, não costumava esquecer. Admito que de uns tempos pra cá está ficando cada vez mais difícil me lembrar de muita coisa sobre elas, além do quadro geral – geralmente me lembro bem de algo especifico sobre a trepada em si, mas os rostos, nomes e alguns detalhes anatômicos específicos acabam se perdendo um pouco (anyway, acho que posso sempre colocar essa falta de memória na conta do whiskey, he he he...). Outro dia mesmo fui pego de surpresa quando um amigo, outro canalha dos velhos tempos que esbarrei ao acaso num dos botecos da vida, elogiou as tattoos parcialmente visíveis da musa questionável que conhecêramos no final de semana anterior. Porra, me lembrava da garota, de alguns detalhes acrobáticos da trepada, do jeito quase histérico como ela gritava quase gargalhando ao gozar (sério, achei que fosse ficar surdo naquela noite!), mas nem em um zilhão de anos iria me lembrar de detalhes das tattoos dela. E olha que me amarro em garotas tatuadas, mas isso já seria um outro post!
 Então, recapitulando: estou lá no boteco e entra a garota, me lembro que já a conheço e também de alguns flashs do tempo que passamos juntos, mas nem fodendo que me lembro seu nome, profissão ou alguma informação extra. Ela me vê, e com uma daquelas corridinhas irritantemente saltitantes vem em minha direção, como se reencontrasse um velho amigo – tecnicamente, acho que me enquadro na definição, desde que ela não tenha grandes exigências para amizades.
Ficamos conversando, aqueles papinhos de sempre – nossa, você sumiu, nunca mais ligou, tudo bem, eu não encano, sei como é, blá, blá, blá... – e seguimos noite adentro, e nada de me lembrar do nome da sujeita. Ainda tentei expiar a comanda dela, ou seguir rezando pra algum conhecido dela pintar no lugar e chama-la pelo nome, mas nada de nada. Talvez fosse algo com A, como Aline, Andreia, ou seria algo como Denise? Regina? Renata? Ou talvez algum apelidinho tipo Bel, Bete, Rô, Rê, Sil, ah, sei lá. Me lembrava vagamente dela ser de fora de Sampa, mas não de muito longe, algo como Campinas, Sorocaba, Americana, ah, sei lá (de novo). Claro que nessas horas um canalha de estirpe e vagabunda classe como eu sabe se virar, e sigo chamando-a de anjo, gata, linda, e por ai vai...e a noite foi seguindo, eu já aos beijos e amassos com ela (serviu pra refrescar minha memória, ela faz um fellacio de outro mundo!!), e achando que tudo ia bem, quando não sei o que houve, não sei que bola fora dei, só sei que ela se ligou, quase que por encanto, que eu não me lembrava direito dela – e vai explicar pra bela que me lembrei até das habilidades orais dela, mas não do bendito nome!
E naquele momento mais constrangedor da noite, a garota me intimou “– esqueceu meu nome, Chuck?!?”.Claro que tentei, armado com meu melhor sorriso canalha, desarmar a bomba-relógio prestes a explodir, mas não deu muito certo não...e dá-lhe palavrões, xingamentos, tapinhas afrescalhados, e o já tradicional desfile-padrão de adjetivos – canalha, cachorro, cafajeste (por que será que sempre começam com os três “ca’s”?!?), idiota, manipulador, insensível (será que elas realmente acham que isso me ofende?he he he...), você acha que está com essa bola toda, seu cafajeste?!? (devo responder dizendo que se não estivesse com essa bola toda ela não teria caído de novo na minha lábia?he he he...).
Moral da história, compadres...na próxima vez, o negócio é não dar tempo pra garota pensar muito antes de virar pra ela e já perguntar na maior cara de pau “– Como é mesmo seu nome, anjo?”.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

I miss our chats...Hope ur fine. Send me news.


Acordei hoje de manhã com a mensagem fofinha que dá título ao post me esperando na minha Inbox, enviada em algum momento da madrugada (maldito fuso horário!) por uma das minhas mais queridas musas questionáveis. Sério mesmo, a garota é verdadeiramente especial! Nos conhecemos a muito tempo, nos esbarramos numa daquelas minhas viagens de negócio tão comuns na época, eu na casa dos meus 32 ou 33 anos, ela em pleno vigor dos seus 25 aninhos. Temos uma longa história de encantos e desencantos, de crises e reconciliações, do que deveria ter sido mas não foi e do que foi que não deveria ter sido; durante a maior parte desses anos moramos em cidades (droga, hoje em dia em países!) diferentes, cruzamos algumas fronteiras estranhas e bebemos de algumas aguas interessantes, e hoje ela vive com uma espécie de clone meu em algum lugar da Europa (ou seria Ásia, eu nunca sei direito!), aparentemente feliz, mas nossa amizade sempre dá esse sabor especial.
Cheer up, sweet lynx!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Certas musas são poetas...com a boca fechada!


Caras, ela é uma das garotas mais bonitas que conheci em toda a minha vida! Fora de brincadeira, a garota é simplesmente linda, não exatamente uma beleza exótica mas apenas diferente, não sei bem se é pelo pequeno toque nipônico em seus olhos levemente puxados, ou pelo queixo firme porém de linhas suaves, macias, ou por conta da pele extremamente branca ou nos lábios discretos porém convidativos, mas tem algo que coloca a beleza dela acima (bem acima!) da média. Completando tal rostinho, tem ainda um corpo bem delicado, sem grandes atributos (leia-se peitões ou uma anca de apoiar copos), mas todo firminho, percebe-se pelo jeito dela andar e se mover que o corpinho está nos trinques, peitos em pera salientemente apontando para cima e tudo o mais. Tudo isso complementado por um lindo cabelo castanho ondulado, que pra meu deleite ela está deixando crescer! Ok, não que ela esteja deixando crescer por minha causa, afinal de contas nem nos conhecemos direito, mas...ah, vocês entenderam!
Falei que não a conheço direito, certo? Sim, é verdade. Apesar de nos últimos meses temos nos esbarrado pelo menos umas duas ou três vezes por semana no ambiente profissional, as vezes no elevador pela manhã, ou no hall de entrada do prédio da Corretora, ou eventualmente no restaurante na hora do almoço, até o sábado passado nunca tínhamos trocado mais do que alguns cumprimentos protocolares. Eu imaginava que ela devia trabalhar numa das outras corretoras ou em um dos escritórios de advocacia aqui do prédio, mas mantendo minha politica sobre não comer as carnes onde ganho o pão eu nunca tinha estreitado os laços com a beldade, digamos assim.
Até que sábado passado fui assistir a um ciclo de palestras, coisa interessantíssima para quem curte um contabilês lascado. Num intervalo entre duas palestras dei de cara com ela (uma troca rápida de cartões e quinze minutos de prosa depois já sabia que seu nome é Joanna, com dois n’s, tem 26 anos e trabalha num concorrente aqui do prédio – uuuufa, escapei de mais uma advogada!). Como eu era o único rosto conhecido da moçoila no evento resolvemos assistir às duas palestras restantes juntos, e no final do ciclo fomos tomar algo num café muito ajeitado, ali por perto da estação São Bento.
De começo o papo era meio tímido da parte dela, mas em pouco tempo pegamos mais intimidade – no bom sentido, cambada! – e ela se soltou mais. E foi ai que a coisa começou a feder. Sério, não sei se sou eu que estou ficando mais e mais rabugento com o passar do tempo, ou se é minha paciência para imbecilidades que anda despencando vertiginosamente (alias, é impressão minha ou a frequência de posts reclamando de algo ou alguém anda aumentando?), mas sei que foi sentar para conversar sobre outra coisa que não fosse trabalho que o papo ficou chato demais. Vejam só, na descrição dela que fiz ai pra cima esqueci de mencionar que ela sempre anda com uma maquiagem leve no rosto, porém com olhos muito bem marcados, o tipo de maquiagem que costumo associar a garotas de atitude rocker, provavelmente levando em conta a amostragem de uma serie de musas questionáveis rock’n’roll que acabei conhecendo desde a mais tenra idade. Eu sei, eu e minhas musas questionáveis saídas de porões noturnos e mal-frequentados!
Mas voltando a pequena Joanna, eu sempre pensei nela como algum tipo de garota de postura, de atitude, mas foi começarmos a conversar para perceber que ela é o equivalente humano a uma Barbie. Bonita, gostosinha, mas com um papo tão chato, mas tão furado, tão vazio, tão cheia de gritinhos e pequenos trejeitos chiliquentos, um papinho tão besta tipo ai-ai-quero-aproveitar-pra-ir-no-shopping-ver-bolsas-e-sapatos, que minha paciência rapidamente se esvaiu. Vejam só, meus amigos nesta vida canalha, não sou o tipo de sujeito que fica com muita frescura para comer uma dona, o Santo dos Canalhas sabe que já tive minha cota de malas-sem-alça e mulheres com quem sai puramente por motivos estéticos-sexuais, digamos assim, mas não há nada melhor do que um pouco de atitude numa mulher. Não precisa ser uma dose muita alta não, basta uma pitadinha de postura para temperar o papo, certa inteligência e opiniões consistentes sobre o mundo ao seu redor, para que demostrem que vale a pena conversar com ela um tanto antes de ocupar sua boca.
Resumindo, senhores: terminamos nossos cafés praticamente em tempo recorde, mas não pela afobação sexual esperada. Simplesmente era impossível aguentar muito mais daquele papinho interiorano/tosco, digno de entrevistas com qualquer um desses ídolos breganejos semi-retardados. Ficava ali olhando, e meu animo e admiração pela beleza dela foi indo pro espaço, lenta e dolorosamente. Saca quando a pessoa fica falando, falando, falando, e você já não ouve mais nada, só fica pensando em como fazer a idiota fechar a maldita matraca? E você olha aquela boca linda, aqueles olhos, e vê um sorriso tão lindo, tudo perdido, corrompido pela torrente de bobagens e imbecilidades fúteis que a anta despeja numa velocidade surpreendente!
Mas o lado divertido disso tudo foi ver a cara dela de não-acredito-que-esse-sujeitim-me-esnobou no elevador hoje de manhã...he he he...

sábado, 6 de abril de 2013

Com a palavra, o velho lobo. Não quero o seu perdão!


A gente nasce,
A gente cresce
A gente vive,
A gente morre
O tempo todo, o tempo todo
Perto dela,
Da solidão
E é tão bonito
Essa razão tão sem razão
A gente leva a vida inteira para entender a vida
Dia após dia, sem imaginar
Se recusando a acreditar
Que pra estar no paraíso
Basta amar, basta amar
E me dá vontade de cantar uma canção
Tão suave
Que os céus
Possam se abrir sem nuvens nem rastro
E que todas as mentiras pra derrotar
Se transformem em pequenas incertezas
Brilhando no seu olhar
Não me faça pensar que vai ser tudo igual
Pois você sabe muito mais do que ninguém
Que eu fui o melhor, que eu fui o pior, e é isso aí
E se eu tenho o seu amor, pra que pedir
E se eu tenho o seu amor, pra que pedir
Não quero o seu perdão
Pois a noite é uma princesa caída por mim
No lago do peito secreta solidão
Eu me lembro de lugares, de pessoas que eu freqüentei,
Cenas que eu vivi, filmes que eu já filmei
Minha única escolha é ser sincero
Eu canto donas de castelos
Mas não sou lobo louco não
Eu brinco de polichinelo com o bobo coração
Mil e um palácios de areia, noites de sereia
Eu ouço o som de uma nota só
Despedaçado entre a tempestade, a vontade e os sonhos
Nos subúrbios da alma
Eu sou marinheiro que navega com a lua
A paisagem é o meu desejo
Eu preciso do outono, eu preciso de um beijo
Eu preciso me desfazer
De todas as certezas e te cuidar
Sem impor nenhuma condição
Nao quero o seu perdao
Porque eu só quero o mar, meu mar
Meu mar,
Minha lua
E essa lua
É amar
Só você

P.S.: mantive a letra na integra, apesar de algumas partes mais melacuecadas e que podem levar a interpretações errôneas, ok?.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Ah não, outra advogada - parte 2 ou Pancadaria no sábado à noite!



Antes de começarmos, tenho a dizer em minha defesa que não fiz praticamente nada para ser abordado, abalroado, atacado, e ter minha inocência e santidade praticamente arrancadas às mordidas e arranhões na última noite de sábado, naquele boteco dos velhos tempos revivido! Sim, meus amigos, mordidas e arranhões, mas calma que eu já chegou lá!
A cronologia plena da noite tem alguns furos, alguns lapsos de tempo (ou de memória, enfim, culpem o maldito scotch nacional!), mas me lembro de chegar no lugar por volta de umas onze horas e começar a circular; o lugar estava meio vazio, mas logo foi chegando mais gente, não o suficiente para lotar o boteco mas apenas um tanto para garantir proporções agradáveis de possíveis musas questionáveis.
Retomando um velho hábito, sentei-me na ponta mais distante do balcão do bar do ambiente principal, de onde podia ter uma visão muito boa das frequentadoras do boteco, e uma vista ainda melhor da nova bartender, uma pequena deliciosa nos seus vinte e pouquíssimos anos, mas que (por enquanto) ainda não me deu moral.
Dai estava eu lá, apenas um velho canalha bebericando seu whiskey, e logo saquei um grupinho animado próximo de mim; claro que como não sou bobo nem nada, dei uma encarada numa gordinha (confesso, me amarro numa gordinha, mulher muito magra dá a impressão que vai se quebrar no primeiro arrocho mais forte!!) até que bem bonita, mas sem dispender maiores esforços; e assim a noite foi avançando, o whiskey correndo solto, e numa segunda olhada para o animado grupinho pude ver uma outra garota, já olhando pro meu lado toda languida, na casa do seus vinte e tantos / trinta e poucos anos, uma beldade bem apanhada, olhos expressivos, cabelos ruivos aparentemente naturais e pequenas sardas encimando um lindo sorriso sacana, do tipo que desperta o interesse de um canalha qualquer como eu.
De principio, não passamos de algumas trocas de olhares disfarçados, e como a garota parecia meio sem jeito preferi dar uma volta pelo lugar. Amigos canalhas de plantão, sejamos honestos, todos sabemos que este é um dos mais velhos truques do repertório de um canalha de respeito – fingir indiferença sempre atiça o interesse da muherada! E não deu outra! Do bar fui para uma área externa, uma espécie de sacada transformada em fumódromo, e logo lá estava a garota, zanzando pelo fumódromo também, arrastando uma amiga a tiracolo. Já disposto a enredar mais a musa sardentinha, resolvi circular mais um pouco pelos ambientes do lugar e foi batata, todo lugar onde eu colava, logo ela e sua escudeira colavam também, a cada momento intensificando ainda mais a troca de olhares e risinhos.
E numa dessas trocas de ambientes fui abordado pela plenamente entregue e desejosa musa questionável, que veio com um papinho furado, me perguntando se eu não era amigo de num sei quem, dai começamos a conversar, sempre bem colados, com esbarrões estratégicos, muita mão no braço, no peito, beijinhos na mão, e logo resolvi pagar algo pra ela beber e seguimos conversando.
Lá pelas tantas, a banda residente começou a tocar algo como a música favorita dela que, tomada por uma repentina euforia, provavelmente turbinada por tudo que ela já havia bebido, me agarrou de forma selvagem, eu diria, com beijos fortes que logo se tornaram em mordidas. Mas os beijos mordidos foram só o começo! Ela realmente curtia algo mais violento, mais pegado, e começou a sessão de chupões e arranhões fortes nas costas e braços. Como também gosto de garotas mais selvagens, logo a coisa pegou fogo, era mão, beijo, mordida e arranhão pra tudo que era lado. Sinceramente, não tenho nem ideia de quanto tempo ficamos juntos, nem como foi que chegamos a um dos inúmeros hoteizinhos “familiares” da região, mas quando me toquei já eram quase seis da matina, e o celular dela tocava, anunciando que eu precisava leva-la de volta ao boteco, para que ela pudesse ir embora com suas amigas.
Chegando lá a galera dela já estava pronta para ir, mas ela ensaiou uma tentativa de enrolar, algo como “ai-ui-acho-que-vou-passar-a-manhã-com-ele”, mas aproveitei o momento para dizer a ela com minha mais deslavada cara-de-pau e meu mais perfeito sorriso-canalha que tinha sido um imenso prazer conhece-la, que ela era uma delicia e tudo o mais, mas que o sol já ia nascer e eu precisava ir. Depois de um último beijo, virei as costas e atravessei a rua lateral, subindo pelo outro lado e me mandei, sem olhar para trás nem uma última vez. E sem pegar telefone, e-mail ou algo que o valha. Porra, nem sequer lembro direito do nome dela!! Acho que era Marisa, ou Marina, ou Maisa, ou algo assim...he he he...

Post Scriptum: ao acordar no domingo foi que pude ver o tamanho do estrago, constatando um verdadeiro inventário de marcas de unhada, arranhões, mordidas e até mesmo um pequeno roxo próximo a um dos olhos. É, meus amigos, mais uma vez se confirma a tese de que as ruivas tem um fogo selvagem queimando dentro de si! E como resultado geral da partida, a noite valeu a pena como prática da mais pura canalhice, o suficiente para eu passar um tempo na base do low profile – pelo menos, até que outra musa questionável resolva me agarrar e abusar da minha inocência. He he he...

sábado, 23 de março de 2013

Ah não, outra advogada?!?!?

E a noite segue o ritual habitual...

...você fica por ali bebendo, circulando, e bate o olho numa candidata a musa questionável...

... dá um jeito de se manter por perto, e começa o jogo de olhares trocados, saídas misteriosas e retornos aguardados...

...e a musa vai tomando corpo, se mostrando interessada, com longos olhares pros seus lados, até que os olhares e acenos passam para uma tentativa de conversa...

...e logo o charme dela meio que se perde, por que ela se revela uma pequena mala histriônica...

...ok, Chucky, já chegou até aqui, vá em frente...

---.e papo vem, papo vai, começa a tocar algo da banda favorita dela, e a musa questionável se entrega ao habitual ritual de amassos, beijos, mordidas, arranhões e roupas semi-arrancadas...

...e horas depois, no final literal da noite, já com o sol prestes a sair, você se despede com um último beijo, vira as costas e sai andando, já que, como já dizia aquele velho blues, a história é sempre a mesma, só o que muda são os nomes, não importa quem você encontre na noite, sempre seguirão caminhos separados.

terça-feira, 19 de março de 2013

What an angel like her want to do with a devil like me?


Eu não entendo o jeito como ela me olha, entre constrangida e fascinada, nem a timidez em seu sorriso. Muito menos entendo o que uma garota com cara de anjo pode querer com um velho demônio como eu. Também não entendi quando ela entrou na minha sala, com uma desculpinha esfarrapada. Entendo menos ainda quando a flagro me seguindo com o olhar.
Mas entendo bem o efeito de um sorriso tão doce e inocente, carregado com expectativas que, venhamos e convenhamos, nunca serão atingidas, por melhores que sejam como promessas de encantos.
Nota canalha: hoje cedo me peguei olhando pela porta da minha sala, e contemplando minha equipe e mais um pedaço do salão – que diabos, esse pessoal é doido de colocar um canalha assumido como eu no meio de tantas delicias?

sexta-feira, 15 de março de 2013

Um estranho reencontro


Sábado passado voltei a uma antiga cena-de-crime; ok, exageros à parte, sabadão me permiti voltar a um dos meus antigos botecos favoritos, um lugar que frequentei durante meses seguidos uns anos atrás – aliás, é um dos meus grandes favoritos, que tenho frequentado de vez em sempre ao longo de quase vinte anos. Um dia ainda escrevo sobre o boteco em si.
Claro que, cagado de pombo como sou, imaginei que nesse retorno ao velho antro pudesse reencontrar alguma antiga musa questionável, provavelmente daquelas escandalosas do tipo seu-canalha-você-sumiu-e-nunca-mais-me-comeu; num primeiro pensamento, pensei que a sortuda da noite seria a doce Dani, embora ela tenha um sério motivo para não cair mais para a noite (se meus cálculos estão certos, um motivo de mais ou menos um ano e pouquinho, rosadinho e chorão – e não, não tenho nada a ver com isso!), afinal de contas ela também tem uma história de anos com o lugar, mas, para minha surpresa, quem surgiu na minha frente, deliciosa como sempre, foi a pequena Alexia.
Alexia, a.k.a Alexia Dark como ela costumava assinar seu perfil numa quase falecida rede social (sim, meus amigos, essa mesmo), também conhecida em outros círculos menos noturnos como Alessandra, é uma mestiça de japonesa simplesmente linda, mais de 1,80m de mulher, cabelos tipicamente volumosos mantidos sempre à altura dos ombros, e um corpo de estourar o zíper da calça de qualquer sujeito que goste do jogo. Pensem numa versão japa-cavala da Siouxsie e terão uma vaga ideia da bombshell Alexia. Logo de cara saquei que ela continuava gostosa como sempre, nos últimos anos não havia nem engordado, nem emagrecido (é sempre um risco que as musas correm, basta ficar uns meses sem aparecer e pumba, a mulher aparece parecendo a Wilza Carla ou um esqueleto anoréxico!), mas com um belíssimo adicional – um par de airbags nos peitos que simplesmente a deixaram perfeita! Se bem me lembro, ela havia comentado sua vontade de turbinar as peitcholas nos velhos tempos. Agora ela deve estar com seus 24, no máximo 25 anos, mas pelo que vi no sábado continua a mesma porra-louca de sempre, com apenas uma (desagradável) mudança – um namorado à tiracolo – by the way, que sujeitinho com cara de tonto! Sério mesmo, parecia o tipo de sujeito que Alexia sempre pediu aos céus (ou infernos, nunca dá pra se saber com esse povo gótico), um tonto que a olha como se ela fosse uma deusa (ok, ela merece, vai ser gostosa assim na minha cama), e que banca sua balada e garante a carona para casa no final da noite.
Seguindo as regras do Manual do Canalha, capítulo XXVII, seção XIV, anexo B, achei por bem ficar na minha e tentar evitar a Alexia, afinal de contas o boteco ser grande pracarai, com uns três ou quatro ambientes diferentes tem que servir para alguma coisa prática, nem que seja ter onde se esconder e fugir de ex-musas acompanhadas por namorados bobões. Contava também que a pequena teria o bom-senso de me evitar, não tendo assim que explicar para o namoradinho-garotão de onde ela conhecia um sujeito como eu – e ainda pior, o que havia rolado entre nós em outros tempos.
Mas claro que, como nunca podemos contar com o bom-senso e inteligência de minhas musas, Alexia optou por passar a noite toda tentando esfregar seu namorinho na minha cara (acho que o fato de ter dispensado a menina e sumido por um par de anos tem algo a ver com essa atitude, vai saber?). E lá ia o Chuck para o bar superior, apenas para dar de cara com o casalzinho se pegando do meu lado; era subir pra pista (não, Tio Chuck não dança, nunca, nem pensar, apenas fico na área admirando as possíveis futuras musas) e dali a pouco estava aquele 1,80 e tanto de japa-girl dançando do meu lado e ainda pior, por mais que eu me esgueirasse à francesa para outros lados, tentando esbarrar em mim. Colava no fumódromo, e la vinha ela toda felizinha com seu bobão. E assim foi por boa parte da noite, eu circulando, ela me cercando, me olhando por sobre os ombros do namoradinho, achando que eu me importava com suas ceninhas de casalzinho-feliz-correndo-na-praia-em-comercial-de-agua-mineral.
Mas o saldo final da noite foi positivo, apesar de alguns momentos meio babacas; fiquei contente em ver que ela está bem, independente do que rolou no passado e do tradicional fim Chuck-você-é-um-canalha! que tivemos sempre tive um certo carinho por ela, afinal de contas é uma garota bacana, meio doidinha demais até mesmo pros meus padrões, de certa forma uma figura trágica em sua carência e sua fixação por um ex-namorado de tempos antigos (huum, pensando bem, o atual namoradinho parece uma versão abundalhada do outro sujeito), uma bipolaridade com relação ao sexo meio preocupante (humpf, acho que qualquer dia desses vou ter que escrever um post melhor sobre ela). Sei lá, de qualquer forma torço para que ela seja feliz – desde que essa felicidade não inclua nenhum tipo de relacionamento sério (expressãozinha sinistra, de dar arrepios, não?) comigo.
Pior que depois dessa noite fiquei com uma vontade de voltar ao mesmo boteco mais vezes, apenas para ver se esbarro com ela ou com alguma outra antiga musa questionável mais vezes, quem sabe até para estar por perto quando o namorico dela acabar – vão por mim, conheço aquela garota bem demais, ela nunca foi de parar quieta com um bundinha daqueles. He he he...

segunda-feira, 4 de março de 2013

Tem gente que realmente beira o retardo mental, não?


Aqui na Corretora trabalhamos num mesmo ambiente, praticamente sem grandes divisórias, algo em torno de umas 40 pessoas, entre operadores, corretores, adms e eteceteras em geral. Num ambiente assim, onde todo mundo acaba ouvindo tudo, é de bom tom, ou sendo mais direto e menos polite, é ter um mínimo de simancol e ao menos traços vestigiais de bom-senso e educação básica, manter a porra do maldito celular no modo vibracall, ou ao menos deixar o toque o mais baixo e discreto possível. Mas claro que aqui, como em todos os lugares desta merda de mundo, ocupado por uma espécie predominante altamente superestimada e imbecil (também conhecida como humanidade!), também temos nossa cota de imbecis; e é justamente nessa cota que se enquadra um sujeito ridículo, algo entre 30 e poucos e 40 e tantos anos (é difícil de precisar com mais exatidão, de tão gordo e ensebado que o sujeito é!), que insiste não apenas em não deixar a merda do seu celular último tipo no vibracall, como ainda por cima é conhecido por toques supostamente joviais e divertidos. Pelo menos divertidos na cabeça idiota dele. Nas últimas semanas o filho de uma puta gonorreica estava usando aquela música do coreano retardado, que a imensa massa humana igualmente retardada transformou no vídeo mais assistido na historia do youtube, mas hoje ele resolveu exibir, com seu característico sorriso quase-babando-de-tão-idiota, seu novo toque de celular, alguma retardatice midiática que repete à exaustão moleque-leque-leque-leque-leque-leque-leque-leque em ritmo de funk. Mas como nada está tão fodido que não possa piorar, não basta usar um toque de celular retardado desses, tem que deixar tocar durante alguns segundos antes de atender, enquanto simula uma dancinha-funk lastimável.
Então, meus caros, já sabem – se sair na mídia o incrível caso de um sujeito que engoliu seu celular ainda tocando e com mais meia dúzia de dentes, já sabem o motivo.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Observações da padoca, parte I (ou algo assim)


E tem essa gordinha, sabem? Normalmente me amarro numa gordinha, mas essa dai é tão imbecil que chega a ser brochante, sinceramente não consigo apreciar eventuais atributos dela. E olha que eu realmente gosto de uma gordinha, sempre defendi que a mulher tem que ter sustância para aguentar a pegada. Ok que também me amarro nas magrinhas, baixinhas, altas, cheinhas, até as bem magrelas tem seu charme se tiverem estilo, também não descarto mulheres mais novas, mais velhas, loiras, morenas, japas, ruivas, mulatas, destras, canhotas, de cabelão, ou cabelo curtinho, ou corte channel, preso em tranças, repicado, mas enfim, quem come de tudo nunca passa fome...he he he...voltemos à gordinha.
Tenho esse “posto de observação” do café da manhã, na padoca embaixo do apê e dali acompanho o movimento da rua bem cedinho. Bom, umas semanas atrás estava lá só sacando a rua e detonando meu pingado com pão na chapa – o café da manhã dos campeões! – quando a vejo, uma figura loira-farmácia, cabelo a meio caminho entre orelha e ombros, meio gordinha, baixinha sem ser anã, já batendo nos seus trinta e tantos anos, descendo a rua aos pulinhos (caras, como me irrita gente que corre assim!), correndo e olhando pra trás a cada dois ou três pulinhos, sem saber se olha pra trás, olha pra frente, segura a bolsa, segura os peitões que tentam saltitar pra fora da blusa, ajeita o arquinho nos cabelos, agarra o chaveiro gigante em forma de boneca de pano, segura o celular, se arruma o cabelo, se olha com cara de tonta pra frente ou se dá sinal pro ônibus que vem vindo lá atrás.
No dia não dei muita atenção, saquei o naipe da figura pensando que devia ser um atraso ocasional, e logo esqueci dela. Até o dia seguinte. E o dia depois. E o outro. E durante as últimas semanas, o ritual se repete em bases quase diárias, lá vem ela correndo aos pulinhos, e olhando pra trás de meio em meio segundo, sempre correndo pra chegar no ponto em cima da hora que passa o seu maldito ônibus – quase aplaudi na última quinta-feira, quando o motorista passou reto, ignorando o braço esticado dela.
E que porra, será que custa muito sair de sua maldita casa uns dois minutos antes, pra evitar essa cena ridícula de pulinhos e coisas caindo, e se segurando toda? Ok, ok, sei que de repente não é tão simples assim, de repente tem uma desculpa do tipo “a perua escolar do meu filho passa todo dia exatamente em tal horário”, ou algo mais esdruxulo do tipo “minha mãe se caga toda todo dia no mesmo horário e tenho que limpar a velhinha esclerosada”, mas enfim, foda-se, não tem desculpa para a corridinha aos pulinhos matinais, já que andei reparando e a retardada pode pegar ao menos QUATRO LINHAS DIFERENTES!! Sério, ela deve descer da porra do ônibus em menos de cinco minutos, por que já a vi pegando ônibus de diferentes linhas, que descem minha rua toda, até seguir cada um prum lado.
Sabem o que acho? Ela é daquelas vacas preguiçosas que gostam de ficar até o ultimo minuto enrolando pra sair e vendo algo idiota na TV (huum, aposto que é daquelas que assina BBB!), e que fica na janela de olho pra ver quando o ônibus faz a curva lá no começo da rua, pra só daí sair de casa. Já saquei, pelo ponto onde ela aparece na rua, o predinho onde ela deve morar. E sabem o que é pior? Tem um ponto de ônibus ainda mais perto do que o que fica em frente à padoca, bastaria ela subir a rua ao invés de desce-la para evitar essa corridinha ridícula!
Não que eu esteja torcendo pra isso, mas de alguma forma algo me diz, do fundo do meu coração canalha, que essa imbecil ainda vai tropeçar pra valer no meio do caminho, se estabacando no meio da rua.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sabe qual é o pior tipo de filho da puta?

É aquele que se esconde atrás das convenções sociais e familiares para disfarçar sua vocação para parasita e escapar de uma bela surra de taco de baseball!!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Tentando entender uma parada.

Outro dia estava relendo alguns posts do blog e cheguei à conclusão que quem porventura lê meus posts deve achar que sou um puta comedor, o tipo de Dom Juan com uma lábia terrível e cheio de musas questionáveis aos meus pés. Sinto desaponta-los, caros amigos e colegas de canalhice, mas infelizmente não tem como estar mais longe da realidade. Não que eu tenha do que me queixar, o Deus dos Canalhas, seja ele quem for, sabe que tenho minha cota de musas e enroscos, mas nem todos meus projetos de musas questionáveis foram bem-sucedidos, já tive também minha cota de tocos, foras e se-enxerga-seu-mané, enfim, para cada investida certeira devo ter pelo menos um ou mais furos n’agua. Vejam como ainda tem mulheres espertas o suficiente neste mundo para evitar tipinhos como eu. Faz parte do jogo da noite, uns ganham, outros perdem.
O que eventualmente me aborrece não é o fora em si, mas algumas alegações babacas que ouço, do tipo ah, você é muito canalha pra mim ou outras bobagens do gênero, ou atitudes que deixam subentendido que ok, você é legal e me deixa com tesão, mas não vai me dar o futuro que eu quero. E o que me deixa mais puto não é só essa cobrança por um futuro, mas reconhecer que a questão não é (só) o aspecto financeiro deste suposto futuro, mas sim questões idiotas do tipo ele não vai ser meu maridinho lindo e encabrestado. Mas isso são questões idiotas, que deixo pra lá junto com ex-candidatas à musa questionável igualmente idiotas.
Mas pior do que isso, o que me deixa mesmo muito chateado, diria mesmo entristecido (hey, sou um canalha pero tenho coração!) não é ser descartado como homem ou rolo ou suposto candidato a namoradinho, que isso faz parte do jogo. O que realmente me deixa meio down, me sentindo com a mosca que voa ao redor do cocô do cavalo do bandido de um faroeste ruim, e me faz beber de um whiskey amargo demais é perder uma amiga, não pelo motivo habitual de termos nos envolvido e a coisa não ter terminado como elas queriam, mas quando perco uma amizade feminina que julgava verdadeira sem nenhum motivo aparente.
Como no caso da Carol, já comentei sobre ela aqui no blog, acho que fiz menção ao olhar dela num post de uns anos atrás (putaquepariu, estamos falando de anos dessa porra de blog!!), comentei a forma sempre franca com que conversávamos e como ela parecia me olhar por sobre os óculos finos (sempre desconfiei que ela não tem grau nenhum naquelas lentes, que usa o óculos por puro charme – se for isso mesmo, ela acertou na mosca!), mas acho que nunca comentei direito a inteligência e sagacidade por trás daquele olhar, ou como simplesmente parecíamos 100% confortáveis juntos, ao ponto de sermos confundidos algumas vezes com algum tipo de casal pelas pessoas ao redor.
Mas vamos começar do começo, dizem que assim é mais fácil: nos conhecemos num evento social qualquer, via amigos em comum. Logo de cara fiquei impressionado pelo tamanho da mulher (eufemismo canalha para Putaquepariu como é gostosa!!), mas também por sua atitude e inteligência. Em pouco tempo o papo engrenou de uma forma intensa, ela falando de seu trampo na área de projetos de uma multinacional, mas também do seu lance com a música, e os gostos em comum foram se empilhando, e trocamos telefones e tudo o mais. Começamos a nos falar por telefone, SMS ou MSN todos os dias, e muitas vezes algumas vezes ao dia – eventualmente um SMS curto e carinhoso com um “Oi, só escrevi pra te dar bom-dia!”, às vezes conversando por telefone horas noite adentro, falando de todos os assuntos possíveis e imagináveis, qualquer recado era respondido com uma rapidez impressionante, de ambos os lados. Confesso abertamente que era sempre com um sorriso no rosto que atendia às ligações dela, e sei que ela também sorria ao ver meu nome no visor do seu celular. Meus camaradinhas, quando saiamos era um prazer imenso pega-la na porta do seu prédio, mesmo que fosse para darmos uma volta de carro e batermos papo, e devolve-la ao final da noite, sempre com um abraço apertado e um sorriso nos lábios. O tempo que passávamos juntos, mesmo sem ter qualquer tipo de pegação, eram momentos de uma intimidade e um carinho inegáveis. Segredos, planos e medos eram confessados abertamente, de uma forma realmente sincera.
Ok, caras, não vou negar que meus objetivos primários eram mais carnais do que a amizade dela, mas quando começamos a sair logo ficou claro que havíamos caído na zona de conforto da amizade, terrível para qualquer pretensão mais quente, acho que é o que a molecada de hoje em dia chama de friendzone – você se torna tão amigo da mulher que simplesmente não aparece mais aquele clima, aquele momento de vamos pro fight!!, suas investidas e insinuações viram motivos de um olhar debochado e de uma risada, nada mais.
E o tempo passou. Tristemente, passou. E com o tempo algo também se perdeu, nossos contatos por telefone foram diminuindo, o que de certa forma é normal, mas mesmo sendo menos frequentes nossos contatos eram sempre muito bons, muito agradáveis, basicamente como foram nos primeiros tempos, apenas não aconteciam com tamanha frequência – o quanto nos falávamos em um dia passou a rolar em uma semana, depois passou a levar um mês; aos poucos fomos deixando de nos ver com tanta frequência (aqui devo admitir que andei dando uns furos grandões com ela por conta de problemas meus). E depois de certo tempo numa amizade cada vez mais distante (a imagem que me vem a cabeça é a de uma vela que vai perdendo o brilho, perdendo o brilho, minguando, até se apagar), chegamos num ponto, e não sei bem dizer o porquê, que meus telefonemas deixaram de ter resposta, e os recados não respondidos foram ficando ao vento. E sendo bem sincero, cansa pra caralho não ser atendido ou respondido tantas e tantas vezes, é de emputecer qualquer sujeito. Dai, quando ela aparecia e me ligava, claro que minha atitude madura e sensata era não retornar a ligação dela, ou falar de forma fria com ela ao telefone. Eu sei, pura birra idiota. Maduro pracarai, não? Mas eu sou assim, um adolescente em termos emocionais, quem quiser que me julgue e foda-se.
E com tudo isso, a amizade foi se esfriando, se perdendo; sinceramente, não sei se realmente ela se afastou de mim devido à alegada carga imensa de trabalho na empresa, com uma agenda cheia de viagens e blá-blá-blá, ou se na verdade ela simplesmente se cansou de aguentar meus papos canalhas, de ver de janelinha minhas aventuras e enroscos com minhas musas questionáveis (outra mancada minha, nessa de “sermos apenas bons amigos” acabei expondo-a a grande parte das minhas aventuras noturnas canalhas, e talvez tenha de alguma forma magoado-a, vai saber?) ou se simplesmente ela acabou percebendo que por mais que o tempo passasse eu nunca me converteria no tipo de cara que ela talvez esperasse pra vida dela. E mais tempo ainda passou, acho que faz mais de ano que não temos qualquer contato, e sou to tough pra tentar de novo ligar pra ela, e já que mudei de celular recentemente, realmente nos perdemos de vez.
Então fico me perguntando até que ponto minha amizade realmente era importante pra ela, ou se algo deixou de ser dito ou entendido, ou se de alguma forma eu pisei na bola mesmo com ela; no fundo, do alto de toda minha maturidade emocional de machão sulamericano, penso que a verdade nua e crua é que ela simplesmente resolveu me descartar da vida dela e investir seu tempo (sua amizade? seu charme?) em algum outro tipo de $ujeito. De repente, minha amizade e presença na vida dela nem eram tão importantes quanto ela me disse algumas vezes.
Ah, sei lá, foda-se, só acho triste pracarai perder uma amizade assim, e seguirei lembrando dela de tempos em tempos, de seu sorriso irônico, e daquele olhar conheço seu jogo, Chuck, e as lembranças amargando o veneno da vez.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Novidades literárias

Ontem recebi um e-mail do colega de canalhice e amigo virtual Alex B, um dos últimos sobreviventes que ainda visitam de vez em quando este blog, para me falar de seu livro.

Sim, um livro! Aparentemente nosso amigo Alex resolveu reunir algumas das suas histórias e situações noturnas ( porque não dizer canalhas?) num livro, que certamente deve ser bem interessante.

Então, se ainda houver alguém por ai além de mim e do próprio Alex, dêem uma passada no blog do autor, lá você encontram todas as coordenadas para comprar o livro virtual na Amazon, é super fácil!

http://noitescafajestes.blogspot.com.br/

E assim que ler o meu exemplar, posto minhas impressões aqui. Ora essa, quem diria, Chuck, o crítico literário!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Que decepção, Chaveirinho!


Tem coisas que não valem a pena, certo? Por exemplo, pra mim não vale a pena tomar café da manhã em casa, já que moro sozinho e não tenho paciência pra toda a mão-de-obra que seria ter que manter as coisas pro café da manhã em dia em casa. É mais prático e rápido simplesmente descer à padoca que fica no térreo do meu prédio e lá tomar meu pingado com pão na chapa enquanto dou uma passada de olhos nos jornais do dia. Claro que algumas musas questionáveis que amanheceram por aqui estranharam esse esquema mas fodam-se, quem mora aqui sou eu e não elas – por mais que uma ou outra tenha alimentado ilusões diferentes disso.
E dentro dessa rotina, do meu lugar cativo no canto do balcão da padoca fico sempre de olho no movimento feminino das sete e pouco da matina, formado em sua imensa maioria por mulheres a caminho de seus empregos (embora já tenha flagrado algumas vizinhas voltando da balada nas manhãs de sexta-feira, e pelo jeito, mais pra lá do que pra cá...he...he...).
E no meio dessa massa de trabalhadoras, sempre pipocam uma ou outra mais ajeitadinha – como é o caso daquela que apelidei sacanacarinhosamente de Chaveirinho, obviamente devido à sua estatura. Devo confessar que me amarro no que chamo de mulheres-chaveiro, também conhecidas pelos antigos como mulheres tipo mignon, até por que a maioria delas tem um gênio dos diabos, o que sempre torna muito mais divertida e interessante a tarefa de doma-las.
E a Chaveirinho segue bem essa linha de baixinha invocada, sempre de cara fechada (conforme já disse antes, mulheres com cara de brava me quebram as pernas...he...he...he...), bonitinha em seu uniforme (acho que de um laboratório de analises clinicas aqui da região), com seus cabelos presos num coque apertado. Ela é bem o tipo de brasileira miscigenada de forma sublime pela natureza, saca quando todos os ingredientes parecem ter dado certo na mistura? Pois é, como diria o porteiro do meu prédio, um piteuzinho.
Mas já faz quase dois anos que venho sacando a moça e sendo sumariamente ignorado (bom, esperta ela, não?), e o tempo passando, e a cinturinha de pilão dela já não é mais a mesma, de uma forma tão estranha quanto típica as feições do rosto já não parecem mais tão harmoniosas, aparentemente alguns (poucos) quilinhos foram se acumulando por ali, o que pra alguém tão baixinha faz uma diferença do tamanho da bunda dela, mas apesar de tudo isso, caros colegas de canalhice, certamente eu poderia gastar algumas horas entre aquelas pernas grossas dela; digo poderia, poderia se não fosse por um motivo, uma razão absolutamente brochante, do tipo que me faz perder totalmente o interesse por qualquer musa questionável. Explico: outro dia estava lá pela padoca, quando ela desceu do seu ônibus habitual de mãos dadas com um sujeito (provavelmente algum tipo de noivinho, a julgar pelos bambolês-de-otário nas mãos direitas de ambos); mas sejamos honestos, não seria nem a primeira nem a última musa comprometida com quem eu me envolveria, afinal de contas eu não aprendo mesmo. Não, não foi o fato dela ser uma “moça comprometida” que me fez perder o interesse totalmente por ela, não, foi algo muito mais grave e enojante – a pinta de pagodeiro-feliz do sujeito-noivinho! Sério,  sabe quando só de bater o olho no sujeito você já saca que o desgraçado é daqueles pagodeirinhos fuleiros, todo sorridentes,  óculos escuro na testa, aquele andar cheio de telecoteco, enfim, uma das formas de vidas mais baixas e desprezíveis!
Agora vou eu, do alto da minha canalhice rock’n’roll, me meter com uma mulher de pagodeiro? Nem fodendo, obrigado!

domingo, 13 de janeiro de 2013

Eis que surge uma nova musa questionável


Ontem voltei àquele que foi, tempos atrás, um de meus botecos favoritos, um lugar onde já passei horas e horas, as vezes bebericando de leve, as vezes bebendo pesado, as vezes só, as vezes com uma de minhas musas questionáveis – ora diabos, pensando bem, a situação que vivi e que me levou a criar este blog aconteceu exatamente nesse pardieiro, ora vejam só!
Mas estava lá, apreciando a decadência do lugar, não que me incomode, até gosto de lugares decadentes, afinal de contas combinam comigo, mas o lugar decaiu demais; da antiga equipe (ou staff, como diriam alguns fresquinhos de plantão) sobrou apenas o chefe dos seguranças, uma figura mal-encarada a principio, mas pra lá de simpática quando você se torna figurinha carimbada do lugar. Um sujeito desses saca logo quem vai dar trabalho e quem vai ficar na manha, e faz questão de receber bem estes últimos. Servindo as mesas, duas ou três moças simpáticas mas sem grandes atrativos (ah, saudades dos tempos da 19...he...he...he...) e atrás do balcão, preparando drinks e servindo bebidas, um sujeito meio afetado e a mais nova candidata a musa questionável. Ah, Chuck, você não aprende mesmo...
Uma garota, no meio dos seus vinte e poucos anos, calça jeans preta agarrada, um daqueles cintos de headbanger, calçando botas que só fui ver horas mais tarde, uma camiseta do Jack Daniels (perfeita, não? Uma delicia usando uma camiseta de whiskey!), camisa de flanela meio grunge, um corpo deliciosamente no ponto, nem gordinha, nem daquelas magrelas cheias de ossos, com curvas nos lugares certos, um bumbum e um par de peitos apresentáveis, mas sem grandes destaques. Seu cabelo, liso e preto, cortado à altura dos ombros, cercavam seu rosto – e foi ai que minha casa caiu e pensei “Acho que estou apaixonado...he...he...he...”; dizer que a garota, apesar de muito bonita, tinha cara de poucos amigos, é pouco, na verdade ela trabalhava com a cara fechada, cara de brava mesmo, sem ficar de risinhos e saramaleques com os bêbados e biscates que pediam as bebidas. E caras, se tem uma coisa que deixa o Tio Chuck aqui maluco é mulher com cara de brava.
Daí fiquei por lá, observando-a a distância, no meu canto do balcão, e bebericando. Depois de um tempo, pedi mais uma dose, ela respondendo seca, sem olhar direito nos olhos, palavras protocolares, marca, on the rocks ou cowboy, com tônica ou sem, enfim. Reparei que a cada hora ela tinha uma folguinha, banheiro, cigarro, algo assim. E numa dessas escapulidas dela fui atrás, já sabendo pelo cigarro na mão dela que seu destino era o fumódromo. Nessa primeira escapada me limitei a um aceno de cabeça, sabendo que ali não adiantava apertar o cerco. Depois que ela entrou de novo no boteco, dei uns minutos antes de entrar, para que ela não pensasse que eu a estava seguindo ou algo assim. Na segunda saída dela pra fumar fiquei no balcão, sem pressão nela. Na terceira, já sacando que se aproximava a hora da paradinha dela, resolvi dar minha cartada, peguei minhas coisas e sai antes para o fumódromo, deixando-a ver bem o que eu estava fazendo. Sabia que se ela, por algum motivo, quisesse me evitar iria adiar o cigarro dela, mas não me surpreendi ao vê-la abrir a porta do fumódromo improvisado na calçada. Olhares cruzados, me ofereci para acender seu cigarro e trocamos meia dúzias de palavras, nada demais. A expressão ao atender no balcão continuou fechada, mas pelo menos ela já me olha nos olhos e já sabe como gosto da minha bebida. Durante o resto da noite, trocamos impressões sobre a vida e números de telefone.
Claro que adoraria dizer que acabamos nos entendendo e que ela acaba de sair daqui de casa depois de metermos a noite toda, mas não seria honesto nem real. Na verdade acabei de ligar pra ela, apenas para perguntar como estava o domingo, desejar uma boa semana e talz. Só isso. Por enquanto...he...he...he...por enquanto...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Just a question


Hey sugah, tell me something I cant understand
Why an angel like you, want to be with a devil like me.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Pensando sobre a vida e a morte


Dia desses passei por uma situação, no mínimo, estranha na Corretora. Cheguei na salinha do café, aquele tradicional antro de fofocas, olhares e xavecos (pqp, Chuck, xaveco? Não tinha um termo menos adolescente não?), praticamente implorando por uma dose de cafeína pressurizada (um dos meus mais queridos vícios!) e encontrei um pessoal da Corretora, não trabalham na minha equipe mas dentro do mesmo ambiente. Bons-dias devidamente distribuídos, peguei minha dose dupla de espresso e fiquei por ali, encostado no balcão, acenando com a cabeça nos momentos certos e fingindo prestar atenção no papinho furado tipo você-viu-quem-vai-entrar-no-Big-Brother?!?! (tentando cumprir uma das minhas resoluções fixas de ano-novo, aprender a disfarçar meu desprezo por esse tipo de situação e fingir um grau maior de interesse na humanidade em geral). Reparei então num casal batendo papo, não casal no sentido fofo-irritante­ do termo, mas apenas uma dupla mista homem-mulher, e pensando que eles não poderiam estar em pontos mais opostos, mas de certa forma complementares, na vida – na semana anterior ao Natal ele foi pai e ela perdeu o avô (na verdade ambos estavam voltando de suas respectivas licenças naquele dia). E ai fiquei por lá, bebericando meu café, continuando com os hum’s, a-ham’s, nas horas certas para bancar o social (Chuck, o social, que piada!) mas pensando neles, no ciclo da vida, no nascimento e na morte, vendo o carinha mostrando fotos via celular do new baby, mas no fundo focando nela, lembrando da forma como ela, uma moça geralmente sorridente e festiva, extremamente simpática, havia desmoronado em choro e tremores e desespero profundo ao receber pelo celular a noticia da morte do avô (aliás, jeitinho mais sensível de se avisar alguém da morte de um avô, não?), que pelo jeito devia ser uma figura incrível para causar tamanha comoção numa mulher já adulta. E ai comecei a pensar que certamente quando chegar minha hora provavelmente não vai ter ninguém chorando assim, porra, cheguei a pensar que do jeito que as coisas são no meu velório vai se formar uma fila de ex-musas questionáveis para darem uma conferida e verem se o mundo realmente estava livre de um sujeito desprezível como eu, talvez uma ou outra se despeça cuspindo na minha cara, mas daí pensei bem e me liguei que elas certamente nem se dariam ao trabalho de aparecer, provavelmente nem se lembrariam de terem se enroscado comigo by the way. Alias, divertido pensar que se eu morrer em casa só vão se ligar da minha morte depois de uns dias, quando o cadáver começar a feder pra valer. Daí vão chamar o sindico, que vai chamar os bombeiros, que irão botar a porta abaixo na base da machadada, apenas para encontrar meu cadáver seco, duro (ou talvez já gosmento e caindo de podre) sentado na minha poltrona favorita, talvez com os pés apoiados na janela, como se estivesse contemplando a eternidade através da janela, um filtro de cigarro seco entre os dedos, um copo de whiskey quente na mesinha de lado, daí vão chamar alguém da minha família pra reconhecer o corpo e dar um destino ao que estiver dentro do apê - pra quem será que vai sobrar essa desagradável missão? Tomara que acabe sobrando pro meu querido irmão dotô otoridade, e não pra minha doce pero no mucho irmã. Já posso ver a cara de nojo dele entrando aqui...he...he...he...
Porra, já começo a ficar irritado só de imaginar aquele povo da famiglia rondando por aqui, olhando tudo com cara de desprezo, mandando jogar tudo fora na primeira caçamba de lixo que acharem. Ou quem sabe, por algum motivo sobrenatural desconhecido, algum dos meus sobrinhos tenha herdado o meu gosto pra musica de perdedores, whiskey vagabundo e musas questionáveis e resolva tomar posse do apartamento, prolongando seu uso como covil de um canalha? Não, Chuck, seria sorte demais para uma herança tão suja quanto a sua.


quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Minnie’s voice


Sábado passado estava em um dos meus botecos favoritos da temporada, um lugar renascido das cinzas da incompetência de n administrações anteriores, bebericando um pouco de whiskey vagabundo quando saquei uma dona, talvez à beira dos seus trinta anos, daquelas meio gordinhas na medida certa – e aqui cabe um adendo, meus caros...quem nunca conheceu uma gordinha caliente não sabe o que está perdendo, não falo daquelas pobres criaturas que chegam a perder as feições do rosto de tão adiposas, mas daquelas mulheres com um quê de gordinha, mas de cintura marcada, seios e curvas em destaque, aquela fofura tão cheia de curvas, perfumes e sabores –, pele lisa e corada, andando numa nuvem de perfume, cabelos entre o castanho e o quimicamente arruivado cortados em algo semelhante a um channel, mas com um toque selvagem, meio jogado, meio displicente – e caras, adoro mechas displicentes nos cabelos de minhas musas questionáveis. A boca em forma de coração, lindamente decorada de vermelho parecia um convite a beijos e felaccios, os olhos amendoados e bem marcados por o quê quer que diabos as mulheres usem nos olhos (nunca vou lembrar o nome dessas porras direito). Vestindo uma calça jeans agarrada, recobria um colo deliciosamente cheio com uma bata branca, que deixava entrever pequenas alças de um bustiê (é assim que se escreve essa bagaça?!?) sugerindo seios lindos, pesados, firmes e fartos. Ah, que delicia!
Vocês sabem, colegas de canalhices noturnas, que não se tem muita formula para esse tipo de situação. Cada musa, cada noite, exige uma abordagem diferente, para umas funciona um approach lento e quase formal, para outras o negócio é cruzar o olhar e já cair de boca. No caso dela resolvi observá-la durante um tempo, saboreando seu jeito sexy de dançar, a forma como gesticulava, o jeito delicado e sensual como pegava seu drinque e envolvia o canudo com sua boca (sim, amigos, nessa hora eu já estava pensando em deixá-la envolver outra coisa com aquela boca...he he he...), o riso solto, jogando os cabelos de lado, os gestos displicentes ao acender e tragar seu cigarro, soprando a fumaça e empinando seu busto, uma mão na base das costas. Aliás, optei por abordá-la justamente no fumódromo, uma área interna porém descoberta – alias, um dos meus ângulos favoritos do boteco em questão. Já tendo deixado claro meu interesse nela pelo jeito fixo com que a olhava, e já tendo recebido o sinal verde para me aproximar – vamos lá, vocês sabem como é, o olhar da mulher pode ser a forma mais expressiva de comunicação para um canalha experimentado e calejado por horas e horas de vôo noturno –, saquei quando ela procurou por um cigarro em sua bolsa e já me dirige para o fumódromo, zippo a postos para me oferecer para acender seu cigarro (anotem ai, compadres – essa abordagem nunca falha, nunca!). Numa jogada rápida, meia dúzia de gestos, sorrisos, cigarros acesos e contato feito. Nessa hora, após tanta antecipação, tive uma das piores brochadas da minha vida! O motivo? Simples, senhoras e senhores, a candidata mais do que gabaritada a musa questionável da vez, com seu jeito sexy de mulher madura e conhecedora dos seus desejos e vontades, tinha voz de Minnie Mouse!! Sério, caras...ela falava com aquela vozinha fininha, quase infantil, devagarzinho, meio mimosa...porra, caras, num dava! Logo pensei em como seria irritante aguentar aquela vozinha, e o que é pior, como seria ouvir ela gemendo entre lençóis, com aquela vozinha fina e infantil.
Pensei bem, enrolei, peguei o telefone, até que resolvi – foda-se, vou encher a cara e come-la mesmo assim. O jeito for manter a boca dela ocupada a noite toda, e acabar me sentindo meio que uma versão canalha do Mickey Mouse...he...he...he...