segunda-feira, 8 de abril de 2013

Certas musas são poetas...com a boca fechada!


Caras, ela é uma das garotas mais bonitas que conheci em toda a minha vida! Fora de brincadeira, a garota é simplesmente linda, não exatamente uma beleza exótica mas apenas diferente, não sei bem se é pelo pequeno toque nipônico em seus olhos levemente puxados, ou pelo queixo firme porém de linhas suaves, macias, ou por conta da pele extremamente branca ou nos lábios discretos porém convidativos, mas tem algo que coloca a beleza dela acima (bem acima!) da média. Completando tal rostinho, tem ainda um corpo bem delicado, sem grandes atributos (leia-se peitões ou uma anca de apoiar copos), mas todo firminho, percebe-se pelo jeito dela andar e se mover que o corpinho está nos trinques, peitos em pera salientemente apontando para cima e tudo o mais. Tudo isso complementado por um lindo cabelo castanho ondulado, que pra meu deleite ela está deixando crescer! Ok, não que ela esteja deixando crescer por minha causa, afinal de contas nem nos conhecemos direito, mas...ah, vocês entenderam!
Falei que não a conheço direito, certo? Sim, é verdade. Apesar de nos últimos meses temos nos esbarrado pelo menos umas duas ou três vezes por semana no ambiente profissional, as vezes no elevador pela manhã, ou no hall de entrada do prédio da Corretora, ou eventualmente no restaurante na hora do almoço, até o sábado passado nunca tínhamos trocado mais do que alguns cumprimentos protocolares. Eu imaginava que ela devia trabalhar numa das outras corretoras ou em um dos escritórios de advocacia aqui do prédio, mas mantendo minha politica sobre não comer as carnes onde ganho o pão eu nunca tinha estreitado os laços com a beldade, digamos assim.
Até que sábado passado fui assistir a um ciclo de palestras, coisa interessantíssima para quem curte um contabilês lascado. Num intervalo entre duas palestras dei de cara com ela (uma troca rápida de cartões e quinze minutos de prosa depois já sabia que seu nome é Joanna, com dois n’s, tem 26 anos e trabalha num concorrente aqui do prédio – uuuufa, escapei de mais uma advogada!). Como eu era o único rosto conhecido da moçoila no evento resolvemos assistir às duas palestras restantes juntos, e no final do ciclo fomos tomar algo num café muito ajeitado, ali por perto da estação São Bento.
De começo o papo era meio tímido da parte dela, mas em pouco tempo pegamos mais intimidade – no bom sentido, cambada! – e ela se soltou mais. E foi ai que a coisa começou a feder. Sério, não sei se sou eu que estou ficando mais e mais rabugento com o passar do tempo, ou se é minha paciência para imbecilidades que anda despencando vertiginosamente (alias, é impressão minha ou a frequência de posts reclamando de algo ou alguém anda aumentando?), mas sei que foi sentar para conversar sobre outra coisa que não fosse trabalho que o papo ficou chato demais. Vejam só, na descrição dela que fiz ai pra cima esqueci de mencionar que ela sempre anda com uma maquiagem leve no rosto, porém com olhos muito bem marcados, o tipo de maquiagem que costumo associar a garotas de atitude rocker, provavelmente levando em conta a amostragem de uma serie de musas questionáveis rock’n’roll que acabei conhecendo desde a mais tenra idade. Eu sei, eu e minhas musas questionáveis saídas de porões noturnos e mal-frequentados!
Mas voltando a pequena Joanna, eu sempre pensei nela como algum tipo de garota de postura, de atitude, mas foi começarmos a conversar para perceber que ela é o equivalente humano a uma Barbie. Bonita, gostosinha, mas com um papo tão chato, mas tão furado, tão vazio, tão cheia de gritinhos e pequenos trejeitos chiliquentos, um papinho tão besta tipo ai-ai-quero-aproveitar-pra-ir-no-shopping-ver-bolsas-e-sapatos, que minha paciência rapidamente se esvaiu. Vejam só, meus amigos nesta vida canalha, não sou o tipo de sujeito que fica com muita frescura para comer uma dona, o Santo dos Canalhas sabe que já tive minha cota de malas-sem-alça e mulheres com quem sai puramente por motivos estéticos-sexuais, digamos assim, mas não há nada melhor do que um pouco de atitude numa mulher. Não precisa ser uma dose muita alta não, basta uma pitadinha de postura para temperar o papo, certa inteligência e opiniões consistentes sobre o mundo ao seu redor, para que demostrem que vale a pena conversar com ela um tanto antes de ocupar sua boca.
Resumindo, senhores: terminamos nossos cafés praticamente em tempo recorde, mas não pela afobação sexual esperada. Simplesmente era impossível aguentar muito mais daquele papinho interiorano/tosco, digno de entrevistas com qualquer um desses ídolos breganejos semi-retardados. Ficava ali olhando, e meu animo e admiração pela beleza dela foi indo pro espaço, lenta e dolorosamente. Saca quando a pessoa fica falando, falando, falando, e você já não ouve mais nada, só fica pensando em como fazer a idiota fechar a maldita matraca? E você olha aquela boca linda, aqueles olhos, e vê um sorriso tão lindo, tudo perdido, corrompido pela torrente de bobagens e imbecilidades fúteis que a anta despeja numa velocidade surpreendente!
Mas o lado divertido disso tudo foi ver a cara dela de não-acredito-que-esse-sujeitim-me-esnobou no elevador hoje de manhã...he he he...

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