Constatações da janela do trem - parte III

Hoje de manhã vi uma manchete num desses portais fodões de internet sobre uma suposta falta de homens no “mercado amoroso” – sim, com essa escolha horrível de palavras; “mercado amoroso” me lembrou uma peixaria, ou algum tipo de mercadinho de bairro bem cabeça-de-porco, com latarias empoeiradas e embalagens coloridas bombardeando os sentidos. Nem perdi meu tempo lendo a matéria, assinada por um jornalista – ou seja, lá vai mais um sujeito abaixar a cabeça pras mulheres em troca de ficar bem na fita com a patrulha do politicamente correto, querendo mostrar um lado sensível do homem.

Daí fico me perguntando, faltam homens ou faltam homens de acordo com as regras delas? Sim, meus amigos, por que elas andam terrivelmente exigentes!

Não basta o sujeito estar exposto nesse maldito “mercado amoroso” a que se refere a matéria, o cidadão tem que atender a uma serie GIGANTESCA de pré-requisitos, tem que se curvar a uma serie de melindres e idiossincracias, atender a modelos de comportamento, agir da forma certa, ligar quando elas querem, estar disposto a tudo que elas pedem, ser um príncipe encantado de bons modos para algumas e um ogro para outras, tem que estar disposto a pular de cabeça num relacionamento até o momento em que ela se canse do sujeito, ou seja, tem que servir de capacho!! Não basta o sujeito estar disposto a dar o melhor de si mesmo por uma noite ou duas, tem que mudar toda sua vida, largar tudo que não seja do agrado da sua (argh) namoradinha e se envolver num relacionamento que fatalmente terá um fim deprimente.

Quando elas irão aprender que é melhor ter 100% por um noite do que diluir isso por meses e meses?? Querem ter carinho sincero, ou preferem ter um corpo sem alma esticado ao seu lado?