Ontem a noite estava numa dessas conversas de bar com uma grande amiga, uma daquelas figuras que parecem capazes de mudar o seu humor com um sorriso, e lá pelas tantas ela me deu um puxãozinho de orelha, bem de leve:
- Chuck, não entendo por que você age assim com qualquer pessoa que se aproxima de você.
A frase em si não seria necessariamente um puxão de orelhas, mas eu a conheço bem o suficiente para reconhecer, no jeito que ela me olhava por cima dos discretos óculos-de-secretaria-executiva, como costumo chama-los, que ela estava afim de me arrancar um ligeiro escalpo - com a doçura habitual, mas ainda assim um escalpo. De leve, mas um teco do meu couro do mesmo jeito.
Mas ela também me conhece bem o suficiente para poder tomar essa liberdade, o tipo de intimidade que simplesmente não seria possível se alguma vez eu tivesse me metido entre os lençois dela - que admito era o meu objetivo inicial. He he he.
Só pude tomar um longo gole antes de responder, tentando ser o mais sincero possível:
- Não ajo assim por sacanagem, docinho (ela simplesmente ODEIA quando a chamo de docinho, portanto, não pude resistir); na vida, eu sempre entrego o que prometo, nunca prometi nada além do que era realmente possível de acontecer. Nunca prometi casamento, alianças, nem telefonar no dia seguinte. Se magoei alguém pelo caminho, não foi algo intencional.
(o que simplesmente pode ser A desculpa covarde do ano, mas vamos em frente!)
Sabe, essa mulher é f$#a, simplesmente continuou me olhando por cima dos óculos - meu velho, esses olhos poderiam definir a expressão "amendoados" em qualquer dicionário ilustrado!! - e deu aquele sorriso irônico que só ela sabe como dar, como me dizendo que aquela REALMENTE era a desculpa mais covarde do milênio.
(Ok, talvez ela tenha razão)
A imagem fofinha acima é em homenagem a ela, que apesar de ser durona como um trator desgovernado na ladeira quando precisa, é cheia de candura e simplesmente adora esses sacos de pulga. Eu sou mais da praia dos gatunos.
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