sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Mickey Mouse, Pato Donald!!

Tempos atrás reencontrei um colega de faculdade; o sujeito parecia bem – bem casado, bem de vida, e demais “bem”’s por ai afora. Verdadeira Disneyland , tudo lindo e cor-de-rosa - e eu sou o próprio Walt Disney vestido de Donald Duck, WTF!


Depois de uma meia dúzia de cervejas, começou a sessão-confissões, inevitável quando se reencontra um sujeito que faz você se lembrar de uma época mais simples e direta da sua vida.

E as confissões do sujeito diziam respeito a uma ex-namorada, uma garota que saiu com ele por algumas semanas no começo da faculdade. Até ai, tudo normal, ele não seria nem o primeiro nem o último sujeito do mundo a babar por uma ex-namorada qualquer. Se eu estiver lembrando da garota certa, ela era o tipo gostosinha, e tinha um beijo bem razoavel - só espero que ele não saiba que andei bicando na fonte dele, anyway.

Mas ai que a coisa começou a feder, mermão, como diria um grande carioca amigo meu.

O sujeito, com aquela cara de quem já mamou bem mais do que deveria, confessou que com o advento da internet, Orkut, MSN (aliás ótimas ferramentas para a canalhice virtual – mas isso é uma outra história) começou a rastrear o paradeiro da dita-cuja.

Meu amigo, eu já fiquei boquiaberto do infeliz lembrar da menina, mas ele lembrava também do nome completo da beldade, cidade de nascimento, aniversário, e num sei mais o quê!!

Já nem sei mais em que ponto ele começou a choramingar, dizendo que ela era a mulher da vida dele, que ele tinha sido um idiota em perdê-la, que se ela estivesse solteira ele largaria tudo pra ir atrás dela, e blá-blá-blá – tem gente que REALMENTE não pode beber mais do que uma cerveja!

De posse desse arsenal de informações, o pobre-coitado atacado de paixonite-saudosística-aguda conseguiu, usando essas imensas janelas de fofoqueiras do mundo virtual, localizar a cidadã, descobrindo onde ela morava, que tinha passado num concurso pro Banco do Brasil, que não tinha filhos mas sim cachorrinhos que criava com o maridão, enfim, toda a ficha da moça!

Confessou que chegou a pegar o telefone dela num site de operadora e ligar pra ouvir a voz da fia-da-mãe, que escreve longos e-mails nunca enviados para ela, as vezes implorando o retorno da dita-cuja, as vezes xingando-a de tudo que é nome, que visita semanalmente as páginas dela nos orkuts da vida e que chegou a cogitar a ideia de uma viagem rápida para o litoral, apenas para montar guarda na porta do prédio dela, só pra ter um vislumbre da sua musa de outrora.

Resumindo a ópera, caros amigos: eu posso até ser canalha, mas quem é o doido nessa história toda? Quem é o atormentado por fantasmas do passado? Os meus fantasmas estão todos devidamente afogados e anestesiados por litros e litros de destilados variados on the rocks!

2 comentários:

  1. Grande Chuck, este é sem dúvida o melhor e mais engraçado post do seu blog, até o momento, uma lição de moral e tanto, que ensina: ser um canalha sem coração é bem melhor que ser um pateta eternamente apaixonado.
    E o título,sensacional! A brincadeira com um clássico da infância de quem tem entre 35 e 40 anos, dando um sentido bem canalha e sagaz ao bordão da abertura de desenhos tão inocentes. Fora a imagem! Realmente, invejo sua capacidade de expressar a canalhice.
    Um brinde aos canalhas!

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