segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Saudades, coronel!
Cai na besteira de citar meu pai no post abaixo; resultado, algumas lembranças começaram a berrar na minha orelha que precisavam sair para um ar fresco - ok, meninas, vamos lá:
Eu devo ter sido a maior decepção da vida do velho coronel, o filho mais novo que ele sonhava seguisse os passos dele na Corporação (ou devo dizer os passos dele, de todos os meus tios, do meu adorável irmão mais velho e de 99% dos meus primos?) e que virou primeiro um vagabundo (no conceito dele), depois um "almofadinha de gravatas" - bela forma de um pai falar de um filho, não?
Não sei o que fodeu mais com ele, se foi no dia que cheguei em casa anunciando que tinha pulado fora do Barro Branco, ou se foi quando larguei o Largo São Francisco para viver um ano (ok, 15 meses) on the road (valeu, maldito Kerouac-fora-de-época), talvez tenha sido quando resolvi que meu lugar era na Bovespa, ou como ele diria, aquele antro de ladrões engravatados!! Talvez tenha sido quando o cabelo começou a cobrir as orelhas, pecado mortal #1, ou quando apareci de orelhas furadas, pecado mortal #2. Ou quando comecei a fumar, ou beber, ou etc, e etc, e etc...
Hoje em dia, 40 e poucos anos na lomba, os poucos cabelos que me restam ficando brancos, reconheço que devo ter sido uma merda de filho, o tipo que só dá dor-de-cabeça, e só trouxe vergonha pro velho coronel. Talvez eu até entenda por que demoraram dez dias para me contar do enterro dele (valeu maninha, você sempre foi a mais humana desse lado da familia), ou porque meu doce irmão tenente-coronel mantém os meus sobrinhos e sobrinhas longe do "eterno ovelha negra da familia", essa minha familia realmente sabe como adorar um sujeito, humpf?
Bom, vamos ao ponto - sinto falta do velho, claro que não das brigas e xingamentos e dos eventuais murros que ele me deu (relaxa, povo, eu provoquei e mereci), mas do sujeito que me criou, que se não era exatamente carinhoso pelo menos era (quase) sempre presente. Porra, foi o único pai que conheci, mas pelo menos conheci, certo?
Ah, sei lá, esse post tá me cheirando a uma enorme pedido de desculpas coletivos - ainda bem que ninguem vai ler essa porra mesmo!! Mas me fez bem colocar pra fora tudo isso do meu peito, pela primeira vez - pelo menos sóbrio.
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