Fato raro, ontem cheguei em casa desgraçadamente cedo e sóbrio, sem parar em nenhum dos meus botecos favoritos. As vezes tenho dias assim, que simplesmente quero trancar a porta da kit deixando o mundo de fora. Nada contra o mundo, apenas contra (algum)as pessoas.
Aproveitei para dar uma checada em alguns velhos discos que tenho guardados; veja bem, não sou desses babacas saudosistas que se apegam aos velhos bolachões de vinil como a última tábua de salvação da civilização ocidental, apenas tenho em casa uma bem apanhada meia dúzia de velhos discos que não joguei fora por puro valor sentimental - ei, canalhas também tem sentimentos, ora essa!!
Estava ouvindo uma dessas bolachas, e me deparei com uma música que não devia ouvir a mais de duas décadas, acho que a última vez que me lembro de tê-la ouvido foi por volta de 88 ou 89. A gravação é tosca, a banda mais tosca ainda, mas é interessante reparar como a música praticamente entrega a receita de bolo de 99,876% das mulheres mais importantes que passaram pela minha vida. Vejam só:
"Ela vai à luta de corpo inteiro /Ela faz de tudo, ela faz ligeiro
E as coisas que precisa, tudo o que quer / se materializa, uma mulher
Uma menina enlouquecida /pela cidade, a sina e a buzina
Vontade férrea, feminina fúria / Determinada, perigo, prazer
Ela não se assusta, nem mesmo pisca / Sabe o quanto custa servir de isca
Anda pelas ruas de madrugada / Tem as pernas sujas, as mãos geladas
Rímel nos olhos, batom que mancha / Fuma, se perfuma, e o penteado não desmancha
Quem sabe é mãe, mãe de família / Quem sabe até sua própria filha"
Pois bem, fica aqui meus saludos para todas elas, as que me enlouqueceram e as que me salvaram, as que me saudaram e as que me evitaram, as que me chamaram de canalha e safado, e principalmente, as que fizeram a coisa toda valer a pena, seja por sua presença ou por sua ausência.
Pra mim, todas elas tiveram seu valor, tiveram algo único, próprio, a ser relembrado.
O que não quer dizer que sejam boas lembranças. He he he.
(Realmente devo estar ficando velho)
Adorei!!
ResponderExcluirChuck,lembro vagamente da canção, quem é o artista/intérprete? Grato e abraço.
ResponderExcluirPrezados Ana Cláudia e Alex,
ResponderExcluirReforço as congratulações pelos respectivos blogs, visito-os diariamente.
Essa música é da fase inicial do RPM, antes do mega-sucesso que embundeceu a banda, é de quando eles eram apenas quatro moleques bêbados fazendo show a troco de cerveja em lugares como o Madame Satã original - o culturalmente efervescente Satã, não esse pastiche dos anos 2000.