sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Email-bomba


Segunda-feira chegou um e-mail de uma ex-alguma coisa – o que tivemos não foi bem um namoro, mas também não foi só um rolo, enfim, acho que a cada dia encontro novas formas de redefinir o que o bom e velho Silvio Santos costumava chamar de tico-tico-no-fubá ( e tente entender essa expressão com oito anos de idade!!).

Mas voltando ao e-mail, era curto e direto, dizia algo insuportavelmente fofinho, literalmente

“Nunca os quero perder de vista... ;)”

(com emoticonzinho babaca no final e tudo, veja que coisinha mais cútis-cutis – já falei que não suporto essas frescuras?)

Eu acho que ficaria bem menos esquisito se ela escrevesse “Nunca quero perde-los de vista” ou “Nunca quero perder vocês de vista”, mas o post não é aula de português, afinal de contas nunca fui bom nisso.

Fiquei olhando aquele e-mail, intrigado por dois motivos; primeiro, já fazia quase dois anos que eu não via aquela pequena e alguns bons meses que ela estava casada (bom, enquanto uns escapam pela tangente, outros se jogam de cabeça nessas laçadas da vida), e segundo, reparei que todo mundo que constava nos destinatários eram pessoas de quem ela havia reclamado ou falado mal pra mim quando saiamos - tinha a mãe dela, a suposta melhor amiga que se revelou uma falsa, uns dois ou três ex-namorados, e por ai vai, pode escolher.

Daí comecei a tentar juntar alguns fatores e desvendar os motivos por traz de tão singela mensagem fofis-cutis-cutis:

 a-) desde que eu conheço essa pequena ela é metida a ser esotérica (não, não é uma das duas citadas no post “Vai um mapa astral ai?”, é uma terceira wicca-like-crazy-girl, eu realmente pareço um tipo de para-raios pra malucas),

b-) a relação de destinatários é composta basicamente por desafetos num maior ou menor grau, e

c-) que porra de e-mail mais (aparentemente) fora de hora, sem nenhum evento aparente para justifica-lo.

Aposto meia garrafa de Jack Daniels como consigo matar esse mistério com apenas três notas musicais maestro:  descarto a principio a ideia de que esse e-mail é algum tipo de feitiço da era digital, uma espécie de vudu pra jacu internético,  mas não posso descatar com igual facilidade a hipótese de ser uma tremenda duma ironia fora de hora (embora a ironia sempre tenha lugar nesse mundo); porém, se tivesse que apostar mesmo a supra citada meia garrafa de JD, eu diria que esse e-mail é uma das mais legitimas amostras daquelas insuportáveis tarefas tipo doze-passos-do –AA, algo do tipo “Mande uma mensagem de afeto a todos aqueles que algumas vez lhe foderam a vida para limpar o seu karma”, algo que a guria está fazendo por obrigação, tentando ser uma bruxinha melhor.

De qualquer forma, agradeci a lembrança e shift+del na parada.

Pombas, ela até que era interessante, meio mala-desesperada-louca-pra-arrumar-marido demais, mas ainda assim era gente boa. Além de outros méritos, he he he.


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