Agora é oficial, estou mesmo virando um velho de coração molenga!
Não, não vou me casar de novo, isso já seria sinal demais da chegada do Apocalyse (ou seria Apocalypso, uma versão brega e de mechinha descolorida do fim do mundo?).
Como estamos no final de semana prolongado, acabei bundando hoje em casa, sem nada pra fazer além de tentar pegar coragem para encarar um cinema de leve. Comecei a fuçar meu mp3 atrás de alguma música diferente – é incrível como mesmo tendo 3.984.043.398.213 quadrilhões de músicas nessa merdinha eu pareço ouvir sempre a mesma meia dúzia de canções no caminho pro trampo.
Fiquei lá, durante uns bons minutos, apertando o botão “Next” a cada cinco segundos, que é o tempo mais do que suficiente para começar uma música e tocar o suficiente dela para saber que não era aquela que eu estava procurando.
( Claro que só agora me ocorreu que se eu espetasse essa pequena joça na entrada USB do notebook eu conseguiria ver a lista toda em segundos, mas deem um desconto ao quarentão aqui, ok?)
Mas no final acabei achando a musica que procurava, uma velha canção que fala sobre esperança, desespero, sobre homens procurando a salvação com uma garrafa de whiskey na mão e sobre acreditar em alguns pequenos milagres (e que tem um verso fodido sobre uma porra de um anjo que perdeu uma luta daquelas, meu velho).
E fiquei pensando como é possível sentir saudades de uma música; não, não é saudades de alguém de quem me lembro ouvindo a música, mas sim da música em si. Talvez por que não tenha mais prestado a devida atenção a ela nos últimos 15 anos
( – vamos lá, você sabe como é que se ouve música geralmente, ou trata a música quase como um ruído de fundo enquanto se afunda em alguma atividade banal e necessária, ou cantarola a música debaixo do chuveiro, ou mal ouve a musica enquanto canta aos berros junto com a banda em algum boteco de sua preferência – mas quanto tempo faz que não para tudo e tenta realmente degustar as suas canções favoritas? )
, ou talvez sinta falta do sujeito que você era quando comprou o disco na velha Woodstock e voltou pra casa saboreando o encarte, a capa e todos os demais detalhes do disco no metrô, ou de como o mundo era mais simples em 1986, mas enfim, eu percebi que sentia falta daquela canção na minha vida.
O que talvez possa ser uma manjada metáfora de merda sobre uma porção de coisas nessa vida.
Vocês vão reparar que a música é parte integrante da minha vida, tipo a minha pele e meus pulmões, ou alguma outra parte vital sem a qual não se vive direito. Eu poderia dizer o fígado também, mas Deus sabe em que estado lastimável o meu se encontra.he he he.
E foi apenas uma porra de um cisco que caiu no meu olho.
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