segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Uma ode aos invisiveis, ou o mais próximo de um tratado de sociologia que este blog inútil consegue chegar

Já repararam que algumas pessoas são quase invisíveis?

Eu defendo uma tese – morte por enforcamento a todos os engravatados! Sério mesmo, trabalho no meio de um bando de imbecis (com algumas exceções, mas desgraçadamente poucas) que se acham os escolhidos dos deuses por trabalharem de terno e gravata ou com um daqueles irritantes tailleurzinhos que deixam toda mulher com jeito de sargento, andando pra cima e pra baixo com o crachá da Corretora pendurado quase na testa, mesmo na hora do almoço.

Eu sei, eu também uso terno e gravata, mas me refiro à atitude de cada um. E é ai que entra o que comentei sobre pessoas invisíveis.

E não são poucas pessoas não, meu camarada; os invisíveis formam um exercito de centenas de milhares (milhões?!?) de faxineiras, vigias, tiazinhas do café, galera da manutenção em geral, gente que muitas vezes não recebe nem um bom-dia por parte desse bando de engravatados inúteis, com seus diplominhas de faculdades de quinta categoria.

Me dá nojo quando vejo que até o uniforme dessas pessoas é calculado para serem invisíveis; me dá nojo ver um engravatado se espremer para desviar de um invisível sem nem ao menos dar bom-dia! Porra, você pode botar a Gisele Bundchen (tive que pesquisar no Google o nome dessa gostosa....he he he) num desses uniformes que é capaz desse bando de otários nem reparar nela.

Agora mete um idiota qualquer num terno Armani, com óculos escuros e com o cabelo ensebado de gel e solta o cara para andar entre as mesas com cara de chefe – você vai ver neguinho mudando de caminho só para dar bom-dia pro sujeito.

Outro dia cruzei por acaso no metrô com uma das garçonetes de um dos meus botecos favoritos; a menina pareceu ficar feliz por eu te-la reconhecido, de tão acostumada a ser ignorada pelos bebuns que nem  sabem quem ela é, que fazem seus pedidos de olho nos peitos da moça (e que belo par de peitos, by the way). São animais assim que perdem a chance de conhecer uma garota ralada pracarai, que aos 22 anos trampa o dia inteiro como assistente de enfermagem, faz faculdade a noite e ainda atura bebuns num boteco sujo de final de semana para poder chegar ao fim do mês e continuar sonhando em comprar um Peugeoutzinho para poder ser feliz.

Então, meus amigos, se algum dia todos os engravatados do centro de São Paulo aparecerem enforcados com suas gravatas contrabandeadas, vocês sabem de quem foi a ideia.

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