segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Comédia à italiana

Hey everybody!!

Ainda estou vivo, dessa vez meu sumiço teve muito mais a ver com correria profissional (aqueles que acompanham a bolsa devem ter percebido que foi uma semana dos infernos no mercado!!) do que com problemas de saúde, graças ao Santo dos Canalhas!!

Mas falando em trampo...meus caros, aqui na corretora tem essa dona, vamos chama-la de Helena, uma verdadeira delicia balzaquiana, já não é mais uma criança, tem seus 40  e tantos anos mas ainda está bem em forma – também não é pra menos, o que essa mulher já gastou em lipos e silicone daria pra comprar uns dois Palios como o meu!  Mas vamos lá, é uma quarentona bem recauchutada, peitões de silicone desafiando a gravidade, longos cabelos negros (já comentei com vocês, não resisto a um cabelão) e pernas de tirar o fôlego – já ouvi ela comentar algo sobre anos de balé clássico e malhação diárias – e sinceramente, tem um rosto perfeito, bem italianona gostosa, parecendo uma versão perua e quarentona da Sophia Loren nos anos 50. Traduzindo, dá um belo caldo ainda!!

Mas esse verdadeiro pecado em forma de perua tem um problema seríssimo: um casamento de mais de vinte anos, e pela pose e comentários feitos na rodinha do café, absolutamente perfeito, com direito a casa de praia e férias na Europa. Tudo cor-de-rosa-barbie, verdadeiro conto de fadas da Disney – tá bom, me engana que eu gosto! Se vocês tiverem paciência, fucem nos primeiros posts do blog meu comentário sobre os sewers de qualquer castelo Disney, meus caros!

Sempre achei essa pose de casamento perfeito, de “amorzinho” pra cá, de “vida minha” pra lá, muito suspeita. Mas sabem como é, cada um sabe o preço que paga por suas mentiras auto-impostas. Mentiras que desmoronam no primeiro porre bem tomado. E falando em porre, sexta-feira, num raro momento de sociabilização com o povo daqui, resolvi aceitar os convites para um happy hour com o pessoal da corretora. Minha delicia balzaquiana nos acompanhou, já que o maridão estaria chegando de viagem apenas no sábado pela manhã.

Ok, todos sabem como funcionam esses happy hours – todo mundo bebe um pouco, mas sempre tem um ou outro que se excede; como ainda estou seguindo razoavelmente bem as ordens médicas, passei o tempo todo bebericando de leve uma única dose de JD (se meu médico perguntar, era guaraná, ok?), com mais gelo do que a porcaria do Polo Sul. Lá pelas tantas, uns vazaram, outros disfarçaram e foram aliviar seus desejos reprimidos mútuos ou não nos hotéis da região, e como o papo com a siliconada Helena estava bom demais, fomos ficando por ali, ela toda sorrisos e dando vários daqueles esbarrões calculadamente sem querer, jogando os cabelos, sempre com um toque mais próximo beirando uma caricia, mergulhando no olho no olho, e minhas intenções puras para com ela aumentando (ok, ok, mais um flagrante desrespeito ao Manual do Canalha, regra #126 anexo B, “Aonde se ganha o pão não se come a delicia que trabalha de frente pra você!”).

(E alguém ai já vai cochichar “lá vem o Chuck falando de mais uma que comeu...” – nada disso, meus caros, sou canalha mas sou limpinho, se tivesse comido a doce Helena manteria nossa alcova guardada a sete chaves, homem de verdade não divulga suas trepadas dessa maneira)

Voltando...conversa vai, conversa vem, já estávamos sentados meio que enrolados, eu já começava a calcular pra onde iria arrasta-la – ou deixa-la me arrastar, enfim - quando o humor da mulher virou de pernas pro ar, e os sorrisos e malemolências foram substituídos por um choro compulsivo, uma torrente molhada e gritada contra o casamento de sonhos, contra o marido castrador, contra os finais de semana na praia onde ela fica presa cuidando dos familiares enquanto o maridão enche a cara de chopps na orla com não se sabe quem, contra os não sei quantos meses sem trepar com o sujeito, e por ai foi...e foi...e foi...zzzzzz...

Resultado geral da noite, rapaziada: morri numa grana de táxi para voltar pra casa - não podia simplesmente virar as costas para ela, meu pequeno lado cavalheiro me forçou a pegar o carro dela, leva-la até sua casa – alias, um belo apartamento na Vila Mariana – deixa-la sã e salva e tudo o mais.

Mas bancar o bom-moço teve sua recompensa – vocês tinham que ver ela vermelhinha de vergonha na salinha do café hoje pela manhã, que delicia – além do e-mail de agradecimento decorando minha caixa de entrada agora a pouco, dos olhares de esguio lançados, sorrisos de gratidão e etceteras...deveria morrer de vergonha de mim mesmo, mas acho que vou ter que me aproveitar de mais um casamento falido nessa vida...he he he...o mais divertido é estar escrevendo isso tudo praticamente de frente para ela...ah, pequena Helena...


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